sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Foto: Ravel Luz
Ela foi embora e a casa que já parecia vazia, agora parece um grande deserto onde posso afogar algumas angústias. Procuro aquela garrafa de refri que comprei com alambique envelhecido. Dois litros de amnésia temporária. Encaro algumas doses na virada, paro quando tudo gira. Ligo o som, me sento no sofá solitário com cheiro de foda. No rádio toca uma música do Ed Sheeran, lembro do poema que escrevi em outros tempos que queria encenar contigo como nessa música. Desligo o som. Deixo apenas o som dos meus pensamentos ecoarem a casa. Acendo um cigarro. Inspiro, respiro. Piro. E agora fazem uma semana que não como nada além de boceta. Só bebo, fumo e, às vezes, fodo como hoje. Mas só o faço bêbado. Não dá pra fazer sem pensar no teu rosto. Não dá pra ver uma dama gozar e não a imaginar ali, se contorcendo, sorrindo, gemendo, me chamando... é impossível não pensar em você.

Durmo ali mesmo. Acordo e o mundo parece que gira mais rápido que antes de dormir. Tento aguentar. Mas não consigo. Vomito o que resta de alguma coisa em mim, apenas álcool. Tomo um banho gelado. Alguns porcentos recuperados. Decido ler uns poemas na internet. Leio tantos, mas todos me parecem desfocados, sem sentido ou lógica. E o instinto me faz ir ao teu blog. Leio teus últimos  poemas. Me vejo em cada um. Sinto frio, fome, sede, ciumes, vontade de te beijar, de te chupar, de te esquecer. Meu corpo, por mais estranho que pareça, se debate. É dia, faz um sol muito forte hoje, e o frio invade a aorta. Minha visão fica turva. E, por fim, me vejo como um retardado. Pode nem ser pra mim. Relembro que pediu pra a esquecer de vez. Melhor mesmo. Fecho tudo. Tomo outra dose. Caprichada. Bate no peito e queima as entranhas. Espero que queime o amor que tinha ali por dentro. Queime todo e que reste apenas cinzas. E que por favor, não exista fênix para renascer. Que esse amor não resista como resistiu a tanto tempo. Que morra, e me deixe a sós. Caminhar sozinho é melhor que caminhar sem poder amar alguém. E, eu ainda consigo caminhar. Posso não ter mais coração, mas tenho minhas antigas pernas. E elas ainda funcionam. Posso chutar tudo que vier. Só não posso amá-la mais.

Faz tempo que não escrevo nada. Me deito no chão gelado pra ver se me aparece alguma inspiração. Durmo. Babo o chão todo, mas ela não vem. Coloco um jazz bem leve pra tocar. Algo enfim aparece. E dessa vez dança a música. Se insinua. Para, me olha com seu olhar de silhueta. Me perco. Quero tocar, beijar. Fazê-la mais feliz que sempre. Mas, pouco a pouco a realidade recobro e a inspiração era você. O corpo quer, a mente também, as mãos tremem para escrever. Mas não escrevo. Sei que posso estar perdendo um dos melhores poemas que já escrevi. Mas não o escrevo. Não posso. Se tenho de esquecer, tenho de começar por não escrever-te mais nenhum verso. E assim de novo a cabeça dói, lateja. Dor insuportável. Calor aumenta de forma que o suor frio escorre por minha costa. Os ouvidos por algum tempo são incapazes de discernir qualquer som. Os olhos não enxergam e não querem enxergar nada. A voz, desaparece.O único sentimento que alimento é o de querer arrancar isso tudo com a unha. Ir no cérebro, coração e arrancar qualquer vestígio de você. Arrancar tudo e jogar na rua. Deixar os carros, caminhões e ônibus passarem por cima. Assistir tudo pra saber que não há forma de ressuscitar. E o dia termina, a noite vem. Trás os mesmos sintomas só que com agravante na melancolia. Sem festa. Sem amigos. Quero sair, sair pra qualquer lugar que seja longe o bastante. Mas procuro dinheiro e não encontro. Procuro roupa limpa e não encontro, nessa bagunça tá difícil até pra encontrar roupa suja. Desisto. Tomo meu banho e capoto na cama pra ver se durmo. Não consigo. Os pensamentos revoltam. Voam alto. Distorcem tudo. E se encontram em você. Se materializam de novo em você. Mas tudo bem, já estou acostumado. Deixo eles me levarem aonde quiserem, só assim consigo dormir algumas horas seguidas. Os devaneios fazem casa e pego no sono. Durmo como não consegui dormir há tempos. E o sono é bom e calmo. Sonho, claro, contigo. Já é de se esperar quando durmo assim. Contudo, tudo certo. Ao acordar, o mundo será meu de novo.

Continua...

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sábado, 7 de novembro de 2015

Antes de dormir, ainda, mesmo que doa. E dói muito. Eu ainda te escrevo poemas de amor detalho, retalho nossa história em romances sem fins e nem começos. Suspensos na imensidão de amar-mo-nos. Ainda te escrevo. Escrevo cartinhas clichês. Escrevo igualmente na escola, teu nome na última folha do caderno. Mas diferente de antes, eu a rasgo. Jogo fora. É como dizia o velho safado: amor? É como um breve instante que depois desaparece. Apenas isso, o amor é uma névoa que queima com a primeira luz de realidade.

Eu acordo do delírio e tudo se esvai. As poesias morrem, murcham como as flores que lhe dei outrora. Tudo fica ao chão, tudo está morto como antes. E não há chuva no meu sertão que refaça meu jardim. Se bem, que... Esquece.

Levanto, preparo outro café. É, eu sei que droga você gosta de café. Mas não do meu. Nunca o provou. Que coisa. Mas, onde deixei o coador? Encontro uma calcinha que alguma devassa esquecerá, a uso. Meu café com gosto de gozo nunca provara. Recordo. A moça comprou para me presentear e como num poema lhe enfiei boceta adentro. Ela gozou. Mas não foi capaz de me companhia com a solidão. E nem eu fui capaz de fazê-la quaisquer companhia. Apenas fui o cara lhe ofereceu uma noite de sedentos gozos e espasmos. E ela foi embora no outro dia. Mas não antes de me apreciar com uma bela foda por trás. Que buraco gostoso. Quis ter a prova de que aquilo aconteceu e ela deixou a calcinha, mas não antes de me deixar apreciar a paisagem de seu corpo de quatro abaixado para pegá-lo. Pensando bem, até que fizemos companhia um ao outro. Ela levou meu gozo em si, e deixou seu gozo aqui. Nessa calcinha que faço esse café.

Alguém bate palmas no portão. Droga, a essas horas! Penso em não atender, mas talvez seja você com seu ego ou ela com seu corpo encharcado de tesão. Ou uma outra garota. Que sonha em tonar-se poesia. Levanto, de toalha vou ao portão. É ela. Nunca fiquei tão decepcionado e ereto como agora. Ela só tem o cuidado de fechar o portão para me degustar com sua língua grande e vontade me engolir. Aprecio meu café com gosto de boceta e a chupada que ela me faz.

Já que a vida não me deu você, ela vai me dar tudo de si, de novo. E de novo. Até que um se canse do outro. Ou ela convide uma amiga. Coloco tudo em sua boca. E tiro. A levanto e abaixo seu jeans colado que deixava seu fio dental socado. Gosto do que vejo, ponho pro lado e a penetro. Ali, na garagem. Atrás do portão. Diante a avenida mais movimentada da cidade. E ela geme alto. Tão alto que posso ver luzes se acenderem. E fodo mais. Que ouçam. Sempre tive que escutar suas brigas e trepadas. O barulho do portão incomoda os cães e eles uivam como loucos. E eu também.

Continua...

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quinta-feira, 5 de novembro de 2015



Tuas mãos sobem Descem Tocam Apertam (despertam) O sangue ferve E meu corpo é chama Chama viva Meu olhar, antes perdido, agora encontra o teu Meu clitóris aceso guarda o meu prazer mais oculto Guardei os meus desejos por uma semana inteira E te ter me faz perder a cabeça A tua voz me excita Rouca e baixa penetra os meus tímpanos Exala virilidade As tuas mãos Sobem, descem, tocam. Hummm... Teu corpo colado ao meu Encaixe perfeito A tua língua no meu corpo escreve as mais cruas poesias Teu corpo colado ao meu Minhas pernas tremem O teu membro encosta na minha vulva Quente e pingando tesão Sentar Sentir cada centímetro me preencher Subir Descer Tu viras Que encaixe, entra e sai Gemidos, sussurros, teus tapas De quatro Invade sem dó Prazer delirante Entra e sai Uma sinfonia Puxa meu cabelo Tira E coloca de novo Gemidos Vertigem Os gozos se misturam Excitação....
-Kal Lima
-Alma Inspiradora

Posted on 11:48:00 by Unknown

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