sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Resultado de imagem para amigas tumblr despedida


Hoje você partiu, não é a primeira vez, mas dessa vez é diferente. Da outra ainda tinha a esperança de que você fosse voltar. E voltou, mas diferente. Voltou com o mesmo rosto, o mesmo sorriso e o abraço... Ah, o abraço! Que falta me fez esse abraço durante esses quase dois anos sem te ver. Que falta me fez todas as férias solitárias sem você, os feriados, fim de semana, natais e viradas de ano sem você. 
Tudo mudou desde que você partiu a primeira vez. A sua vida seguiu. Casou e trouxe ao mundo a bebê mais linda do mundo, aquela que eu já amava com toda a expectativa de conhecê-la, antes mesmo de nascer. E a amei mais ainda após tê-la em meu colo, aninhada em meu peito, como se já tivéssemos uma conexão. Talvez ela simplesmente sentisse o quanto foi esperada e amada por essa tia bobona aqui. Eu gostaria de ter estado la durante essa espera, gostaria de tê-la acompanhado em pré-natal, ter sido uma das primeiras a ver o rostinho de nossa Belinha ao nascer. Mas a vida aconteceu para nós duas. E nem nosso melhor sonho (ou pior), poderíamos imaginar tantos km nos separando. 
Hoje você foi embora, agora mesmo está dentro de um ónibus a caminho da sua casa, esta que um dia espero conhecer. E eu, mais uma vez não pude te abraçar pela última vez. Não pude me despedir e dizer tudo que eu sempre quero dizer e não consigo. Eu não sou boa em falar de sentimentos, por isso decidi escrever. Escrever sempre foi a melhor maneira de me expressar. 
Lembra quando brigávamos e eu queria fazer as pazes e só conseguia fazer isso escrevendo e jogando o papel em você? E você sempre me perdoava pelo ciúme, pela falta de jeito e pela brutalidade do meu ser nada meigo. Você sempre esteve la por mim. E eu gostaria de ter feito o mesmo por você. Você sempre cuidou de mim, mesmo quando não sabia nem cuidar de si mesma. E eu só tenho a agradecer por tê-la na minha vida, na minha familia. Você sempre vai ser a minha irmã, não importa para onde o destino nos carregue. Nada nesse mundo vai tirar a importância e o amor que é só teu... e agora da Belinha também. 
Obrigada por tudo que aprendi com você. Por nunca me deixar fazer as coisas erradas que eu queria fazer. Ou fazê-las comigo só para garantir que eu não fosse me magoar. Obrigada por todo colo, abraço, por nunca esquecer o meu aniversário, por nunca esquecer de mim.


Eu te amo, minha melhor prima, amiga e irmã.

P.s. Nunca escrevo texto para ninguém no blog, mas esse merece. Para minha amada B, com todo amor do mundo.

Posted on 08:26:00 by Luiza

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segunda-feira, 26 de setembro de 2016



Não dá. Tentei. Tentei muito dessa vez. Mas vou embora novamente. Vou saltar do carro em movimento, porque a dor do corpo arrebentando-se ao chão será menor que correr o risco de ficar tempo o suficiente para que brote amor e o carro entre em colisão logo depois. Vou frear, pois estou indo rápido demais. Eu só sei ir rapido demais, garoto. Gostaria de saber fazer charminho, demorar pra te responder e, quem sabe, nem responder. Fingir que não me importo. Que você não é assim , lá essas coisas todas. Mas não sou assim. Ao menos não quando o que eu mais quero está aqui, parado a minha frente com um sorriso tímido-delicioso. Com esses olhos brilhando cada vez que olha em minha direção. Não sei me conter, porque eu transbordo. E nesse momento, meu bem, só transbordo amor, e é por você. 
Entao, não dá mais. Sinto muito. Preciso ir. Porque se eu ficar mais um minuto, vou querer ficar pra sempre. E não posso correr o risco de permanecer aqui, sem saber se a tua intenção é me pedir pra ficar. Sem saber se você quer ficar. Não dá pra esperar uma reação tua. Porque a falta de reação, para mim, já diz muito. Eu que sempre lidei muito bem com silêncios, apesar de preferir as palavras. E sempre que eu permaneci em meio a ele, estive errada. Deveria ter ido. Como devo ir agora. Me perdoe. 
Eu sei que estava gostoso aqui, que os nossos braços se entrelaçam, que o nosso corpo se encaixa feito peça de quebra-cabeça. Assim como nossos lábios fazem uma dança inteira colados um ao outro. Como se cada átomo do meu corpo estivesse em sintonia com cada átomo do teu. Cada partícula, molécula, célula do meu corpo estivesse se unindo a você. Mas essas partículas precisam ser divididas. Células são feitas para serem multiplicadas, não é?Divididas. Não sei. Não sei de nada, pra falar a verdade. Por isso eu faço a única coisa que aprendi a fazer - eu fujo, corro e choro baixinho, escondendo os olhos vermelhos de todos. Choro porque é difícil te ver e ter que partir. Porque não é fácil sentir que encontrou tudo o que sempre sonhou e ter que deixa-lo ali, pra que outra pessoa o encontre também. E talvez, essa outra pessoa nem saiba o quanto você é importante. O quanto você é único. Talvez, ela nunca veja o quanto você fica lindo quando, tímido, toca violão pra alguém. Como você encanta, mesmo em silêncio. E, talvez, ela nunca veja o mundo inteiro no brilho dos teus olhos castanhos. Eu vou chorar porque sou uma puta de uma covarde que não consegue se contentar com um pouco de felicidade momentânea. Essa mania de querer demais, de amar demais, de te querer mais e mais. De me apaixonar quando menos esperava. De encontrar em você tudo que eu sempre desejei. Mania de não saber esperar e ver no que dá, de não confiar no destino, na vida, em Deus ou seja la o que foi que te arrastou feito furacão pra minha vida. Mania de achar que não mereço, que a cota de um bom amor na minha vida já se esgotou a muitos anos e que não tenho como pagar por mais. E nem posso solicitar uma amostra extra desse bom amor. Não tenho como sobreviver a isso. 

Então, me perdoe, mas estou fugindo.

E você, o que vai fazer?

    - Luíza Moura

Posted on 21:51:00 by Luiza

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quarta-feira, 21 de setembro de 2016


Falar não é fácil quando não se sabe ao certo como o outro irá reagir. Quando não se sabe a hora certa de dizer "estou apaixonado". Mesmo se querendo tanto dizer.
Você já olhou para alguém e conseguiu enxergar o mundo através dela?
Já a viu sorrir e pensou que o chão abaixo dos seus pés estivesse sumindo, levando-o a uma queda profunda em um abismo? Esse abismo? É o abismo da paixão, meu amigo. E eu estou constantemente caindo nele. Sempre que o vejo.
Com aqueles olhos meigos e intensos. São olhos castanhos comuns, como o da maioria dos milhões de brasileiros possuem. Mas ainda assim... Ainda assim são tão únicos. Olhos de abismos. E mais uma vez eu caio profundamente dentro deles.
Cheguei a um ponto em que já nem tento mais desviar do seu olhar, encaro-o na esperança de, quem sabe, me encontrar, perdida, ali dentro em meio aquele brilho. Brilho esse que ainda não consigo identificar o motivo. Seria eu? Muita presunção acreditar nisso. Talvez. Mas o coração pulsa mais acelerado por qualquer pontinha que seja de esperança. O coração só quer um motivo que justifique o pulsar acelerado de quem quer mais daquilo, mais de nós. E é ele quem tem todos os motivos. Todos os abismos em que estou, completamente, disposta a me jogar.
De cabeça e sem paraquedas.
Falar não é fácil quando a boca só quer calar. Ser calada por aqueles lábios cor rosa claro, perfeitamente tracejados, em um desenho que mais parece um coração.
Ah, aqueles lábios! Jamais encontrarei outro igual. Nenhum jamais foi tão macio, delicado e quente como estes. Nenhum jamais trouxe tanto desejo e tanta ternura.
Ele é feito de ternura dos pés à cabeça.
Por isso é tão difícil falar, quando os nossos pés se encontram entrelaçados, fazendo um nó de nós, durante aqueles minutos pós sexo. Precedendo todo o amor que está aqui, guardado, esperando uma chance pra saltar.
E é difícil falar de amor quando ele ainda não veio, quando ainda só existe num lugarzinho, iluminado, profundo, dentro do peito da gente. E a gente não sabe se sente ou espera mais um pouco.
A gente não consegue falar porque falar torna real. E tornar o amor real, como disse Nando Reis, é expulsá-lo de você pra que ele possa ser de alguém.
Mas a gente não sabe se o alguém o quer. E isso da um medinho absurdo de que toda essa magia acabe no real. De que não haja mais corpos entrelaçados na maciez de uma cama em plena terça-feira, porque a vontade de se consumirem era grande demais pra esperar mais um pouco. Nem músicas transformadas em trilha sonora ou despedidas tão longas quanto puderem durar, porque já se sabe que a saudade vai ser grande, então melhor aproveitar. Quando se deseja tanto, enquanto está ali a admira-lo dormir, dizer eu te amo e não vou fugir. Mesmo sabendo que vai fugir ao menor sinal de desinteresse.
Por isso é tão difícil falar quando não se sabe o que o outro gostaria de ouvir. Se gostaria de ouvir...


Não vou fugir, quero me jogar nos teus abismos. Me abraça!

- Luíza Moura

Posted on 22:17:00 by Luiza

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sexta-feira, 16 de setembro de 2016



Hoje eu não quero discutir política, misoginia, LGBTfobia ou racismo. Debater sobre as lutas de classe, pensar sobre uma revolução que derrube esse sistema e que horizontalize a sociedade ou sobre o quão certo (ou errado) o Duvivier estava por escrever o texto para a Clarice (ou para a produtora do novo filme deles).
Não que eu não ache esses temas importantes. Quem me conhece sabe o tamanho do espaço que eles ocupam na minha vida.
Uma vez eu estava numa aula da Djamila Ribeiro – minha eterna musa – e ela nos disse que é comum militantes adoecerem. Lutar consome muito das nossas vidas e energia.
Acho que estou doente.
Sinto como se eu estivesse em meio ao mar alto e revolto devido a tempestade. Sinto como se estivesse afogando. Eu realmente tento nadar. Não pretendo sucumbir. Mas, a verdade é que eu estou perdendo essa luta. Sempre que penso estar em vantagem vem uma onda e me prova o contrário. Olho em redor e não vejo ninguém. Só há eu, o mar e a tempestade.
Não há ninguém porque eu não consigo chamar por alguém. Esse sempre foi um dos meus principais bloqueios. Me acho meio Maria do Bairro ao falar dos meus problemas aos terceiros.
De vez em quando o mar transborda. Ele vem do fundo da minha alma e acha saída nos olhos. Óbvio que isso acontece em meio à solidão. Se falar de mim já é uma questão, quiçá externalizar o caos que carrego na mente.
Ao contrário do que deve estar pensando, eu sou uma das maiores amantes do humor que você provavelmente conhecerá. E a minha parte favorita em meio a isso tudo são as “soluções” que as pessoas me apresentam. Sempre tão simples. Sempre tão fáceis. Sempre tão rasas. Só que eu carrego um universo em expansão no peito. É algo ruidoso, grande, forte, complexo.
Eu realmente preciso de alguém. Um psiquiatra, um terapeuta, Jesus, Buda, Oxóssi, alguém. O problema é que eu não sei quem. Ou aonde encontrar.
Se me vir andando por aí, por favor, não venha me consolar, eu tenho alguns problemas com toque e odeio abraços de consolo. Profundamente.
Hoje eu precisei falar de mim. Pra mim. Eu precisava fazer algo. Eu sei que soa dramático, exagerado, carente, mas foi o melhor que consegui fazer.
Eu não me arrependo de nada, mas queria fazer parte da massa.

#SetembroAmarelo

Milla Carolina.

Posted on 13:55:00 by Unknown

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domingo, 11 de setembro de 2016

(Você pode ler ouvindo - sei)

Eu nunca vou te dizer que aquela noite foi uma dessas uma em um milhão, em que a gente sente vontade de apertar um botão de "pausa", só para poder continuar vivendo aquele momento por mais alguns minutos.
Eu nunca vou te deixar saber que quando eu te pego me olhando não são apenas meus labios que sorriem.
Perto de você o coração ri o tempo todo.
Perto de você, eu sou toda sorrisos.
Mas eu nunca vou te contar.
Que quando sua mão percorre minha coluna e todo o meu corpo é mais que apenas tesão, muito mais.
Você não sabe, mas quando dormimos juntos, acordo no meio da noite só para conferir se você ainda está ali, você existe e está ali de verdade, com os braços envolvendo meu corpo. Isso aquece o coração e acalma a alma. 
Mas você nunca vai saber.


Que quando eu fico te olhando daquele jeito, aquele jeito, sabe? Aquele olhar de desejo e ternura. Que a gente olha, sem acreditar, que, finalmente, encontrou alguém que reúne tudo que buscamos. Alguém que nos faz sentir tesão, desejo, paixão e ao mesmo tempo nos trás paz, alguém a quem poderíamos facilmente amar. Quem sabe? 
E é só pra você que olho assim. 
Por isso quando me pergunta que jeito é esse de te olhar, nunca encontrei palavras simples para dizer. Não soube te explicar.
E isso é tudo que eu nunca vou dizer a você. 

Posted on 19:33:00 by Luiza

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(Você pode ler esse texto ouvindo: Chet Faker - Talk is Cheap)

Tem coisas que a gente sente e não diz. Porque, talvez, não seja o momento certo, ou porque não temos certeza. Não temos certeza nenhuma além do coração acelerado no peito, dos olhos brilhando e essa, incontrolável, vontade de sorrir aos quatro ventos o tempo todo.
Tem coisas que a gente quer dizer, mas tem medo do silêncio constrangedor do outro lado.
Então, a gente cala.
A gente cala o carinho com beijos quentes ininterruptos.
A gente cala um "eu amo você" com um "se cuida, tá".
A gente cala um pouco hoje, por que, quem sabe amanhã a gente fala, não é?
Não, não fala.
Porque calar é muito mais fácil.
É só colocar a culpa no outro por nunca ter dado um sinal de que deveriamos falar. E pronto. Vida que segue.
Colocar a cara pra jogo e se entregar é difícil.
Se entregar pode machucar.
Então, a gente se cala,
e deixa o amor passar.

Mais uma vez.

- Luiza Moura

Posted on 17:02:00 by Luiza

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quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Você não foi, mas também não ficou. Onde está você então?



O amor não acabou, mas não estão mais juntos, não são namorados, nem amigos. Mas o amor está ali. Está presente quando ela usa uma desculpa qualquer pra telefonar pra sua irmã e tentar descobrir como você está. Ou quando você a persegue virtualmente nas redes sociais, tentando, de alguma forma, descobrir se algo mudou, se alguém apareceu e tomou o seu lugar. Mas nada mudou, caro amigo. Ela bem que tentou, sabe? Tentou preencher a tua falta com tequila, mas no dia seguinte percebeu que não era uma boa ideia. Conforme a dor de cabeça aumentava, crescia também aquele sentimento de que com você a vida era mais fácil. Depois tentou conhecer novas pessoas, viajar sozinha, ir ao cinema sozinha, ao parque, ao bar e a todos os lugares que você já havia lhe feito companhia, ficar sozinha era confortável, mas só a fazia perceber o quanto apreciava tê-lo ali, pertinho, ao lado. Então, procurou preencher-se em outras camas, carros, motéis ... Nem preciso dizer o quão frustrante foi, não é? Se deitar ao lado de outro que não a conhecia como você, que não encontrava os seus pontos de prazer e mal sabia abrir o seu sutiã. Frustrante. Parou de tentar. Parou de tentar colocar algo ou alguém no lugar que somente te pertence. Sentiu-se inútil por não conseguir seguir em frente. E a cada notícia sua, de que você estava feliz ao lado de outra, era como se houvesse uma descarga de adrenalina em seu corpo e ela ficava ali, por horas, sem saber se fugia ou lutava, se iria atrás de você e implorava pra que não deixasse isso acabar ou se partiria para a próxima cama. Para. Respira. Não pira. Repetia pra si mesma como se isso a fizesse se acalmar. Decidiu não fazer nada. Porque, no fundo, ela sabe, você sabe, sua irmã sabe, eu sei, a melhor amiga sabe, e até mesmo sua atual sabe, o amor não acabou. E talvez nunca acabe. Só resta saber:
Você vai ou fica de uma vez por todas?

Posted on 21:15:00 by Luiza

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