sábado, 26 de dezembro de 2015



Aperta e os olhos lacrimejam essa saudade amarrada desatada e que só me desanda não vai embora nunca como nunca antes fora embora. Hoje ela insiste mais que antes fica martelando a mesma tecla redigindo o mesmo sentimento insisto em talvez não me ferir mais. Mas ela recria seu abraço me afaga e se despede como sempre Me maltrata e me deixa no chão a saída é te escrever mais uma vez esse como os últimos, jamais vai ler. Se ler, não se preocupe é só um efeito colateral daqueles que dependentes sempre alegam... Eu entendo cada um deles. Ela hoje maltratou mais que nunca antes nunca acordei chorando. Hoje é o que tenho de ti. Lágrimas. Até quando vou fingir que não me afeta eu não sei. Talvez até que pare também. Até lá... Meus sonhos ainda são teus. Maluco Sonhador Sheyden Souza

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Nessa dança sem par
eu tirei você pra dançar.
Mas perdeu pouco a pouco o ar,
quando começou a voar.

Lentamente a rodar
com os braços a me abraçar,
e com a boca o meu pescoço beijar.
Corpos colados, corações a acelerar.

Barba e cabelos a se emaranhar.
Sussurrando ao ouvido com sua voz ímpar.
Suas mãos geladas a me tatear.
Sem noção agora o seu corpo vou usar,
com a língua a pesquisar.

Mas o compasso da dança não se pode errar.
Nós dois no espaço a navegar,
e entre as minhas mãos seu corpo a gozar.
No ouvido agora seus gemidos a delirar,
de costas no meu ombro os seus cabelos a jogar.

Navegando nas ondas nossos corpos a se sintonizar.
O ar que falta em minha boca veio procurar.
Depois da dança, fala pra amiga que não vai amar.
Depois de usar, gastar, molhar, abusar, profanar.
Acena e diz adeus, amou por isso não vai mais amar.

Tranquilo, sei que amanhã vai me ligar.
Ou vai deixar recado no face dizendo onde a encontrar.
Vai pedir pra uma câmera levar,
pro seu corpo nu eu fotografar.

Eu sei ela vai levar o violão pra tocar,
e com sua voz vai me encantar.
E eu no seu ouvido minhas poesias vou recitar.
Mas nos prometemos não gamar.
Mas deixa, as estrelas por nós vão falar.

Sheyden Souza​
Maluco Sonhador.

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sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Foto: Ravel Luz
Ela foi embora e a casa que já parecia vazia, agora parece um grande deserto onde posso afogar algumas angústias. Procuro aquela garrafa de refri que comprei com alambique envelhecido. Dois litros de amnésia temporária. Encaro algumas doses na virada, paro quando tudo gira. Ligo o som, me sento no sofá solitário com cheiro de foda. No rádio toca uma música do Ed Sheeran, lembro do poema que escrevi em outros tempos que queria encenar contigo como nessa música. Desligo o som. Deixo apenas o som dos meus pensamentos ecoarem a casa. Acendo um cigarro. Inspiro, respiro. Piro. E agora fazem uma semana que não como nada além de boceta. Só bebo, fumo e, às vezes, fodo como hoje. Mas só o faço bêbado. Não dá pra fazer sem pensar no teu rosto. Não dá pra ver uma dama gozar e não a imaginar ali, se contorcendo, sorrindo, gemendo, me chamando... é impossível não pensar em você.

Durmo ali mesmo. Acordo e o mundo parece que gira mais rápido que antes de dormir. Tento aguentar. Mas não consigo. Vomito o que resta de alguma coisa em mim, apenas álcool. Tomo um banho gelado. Alguns porcentos recuperados. Decido ler uns poemas na internet. Leio tantos, mas todos me parecem desfocados, sem sentido ou lógica. E o instinto me faz ir ao teu blog. Leio teus últimos  poemas. Me vejo em cada um. Sinto frio, fome, sede, ciumes, vontade de te beijar, de te chupar, de te esquecer. Meu corpo, por mais estranho que pareça, se debate. É dia, faz um sol muito forte hoje, e o frio invade a aorta. Minha visão fica turva. E, por fim, me vejo como um retardado. Pode nem ser pra mim. Relembro que pediu pra a esquecer de vez. Melhor mesmo. Fecho tudo. Tomo outra dose. Caprichada. Bate no peito e queima as entranhas. Espero que queime o amor que tinha ali por dentro. Queime todo e que reste apenas cinzas. E que por favor, não exista fênix para renascer. Que esse amor não resista como resistiu a tanto tempo. Que morra, e me deixe a sós. Caminhar sozinho é melhor que caminhar sem poder amar alguém. E, eu ainda consigo caminhar. Posso não ter mais coração, mas tenho minhas antigas pernas. E elas ainda funcionam. Posso chutar tudo que vier. Só não posso amá-la mais.

Faz tempo que não escrevo nada. Me deito no chão gelado pra ver se me aparece alguma inspiração. Durmo. Babo o chão todo, mas ela não vem. Coloco um jazz bem leve pra tocar. Algo enfim aparece. E dessa vez dança a música. Se insinua. Para, me olha com seu olhar de silhueta. Me perco. Quero tocar, beijar. Fazê-la mais feliz que sempre. Mas, pouco a pouco a realidade recobro e a inspiração era você. O corpo quer, a mente também, as mãos tremem para escrever. Mas não escrevo. Sei que posso estar perdendo um dos melhores poemas que já escrevi. Mas não o escrevo. Não posso. Se tenho de esquecer, tenho de começar por não escrever-te mais nenhum verso. E assim de novo a cabeça dói, lateja. Dor insuportável. Calor aumenta de forma que o suor frio escorre por minha costa. Os ouvidos por algum tempo são incapazes de discernir qualquer som. Os olhos não enxergam e não querem enxergar nada. A voz, desaparece.O único sentimento que alimento é o de querer arrancar isso tudo com a unha. Ir no cérebro, coração e arrancar qualquer vestígio de você. Arrancar tudo e jogar na rua. Deixar os carros, caminhões e ônibus passarem por cima. Assistir tudo pra saber que não há forma de ressuscitar. E o dia termina, a noite vem. Trás os mesmos sintomas só que com agravante na melancolia. Sem festa. Sem amigos. Quero sair, sair pra qualquer lugar que seja longe o bastante. Mas procuro dinheiro e não encontro. Procuro roupa limpa e não encontro, nessa bagunça tá difícil até pra encontrar roupa suja. Desisto. Tomo meu banho e capoto na cama pra ver se durmo. Não consigo. Os pensamentos revoltam. Voam alto. Distorcem tudo. E se encontram em você. Se materializam de novo em você. Mas tudo bem, já estou acostumado. Deixo eles me levarem aonde quiserem, só assim consigo dormir algumas horas seguidas. Os devaneios fazem casa e pego no sono. Durmo como não consegui dormir há tempos. E o sono é bom e calmo. Sonho, claro, contigo. Já é de se esperar quando durmo assim. Contudo, tudo certo. Ao acordar, o mundo será meu de novo.

Continua...

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sábado, 7 de novembro de 2015

Antes de dormir, ainda, mesmo que doa. E dói muito. Eu ainda te escrevo poemas de amor detalho, retalho nossa história em romances sem fins e nem começos. Suspensos na imensidão de amar-mo-nos. Ainda te escrevo. Escrevo cartinhas clichês. Escrevo igualmente na escola, teu nome na última folha do caderno. Mas diferente de antes, eu a rasgo. Jogo fora. É como dizia o velho safado: amor? É como um breve instante que depois desaparece. Apenas isso, o amor é uma névoa que queima com a primeira luz de realidade.

Eu acordo do delírio e tudo se esvai. As poesias morrem, murcham como as flores que lhe dei outrora. Tudo fica ao chão, tudo está morto como antes. E não há chuva no meu sertão que refaça meu jardim. Se bem, que... Esquece.

Levanto, preparo outro café. É, eu sei que droga você gosta de café. Mas não do meu. Nunca o provou. Que coisa. Mas, onde deixei o coador? Encontro uma calcinha que alguma devassa esquecerá, a uso. Meu café com gosto de gozo nunca provara. Recordo. A moça comprou para me presentear e como num poema lhe enfiei boceta adentro. Ela gozou. Mas não foi capaz de me companhia com a solidão. E nem eu fui capaz de fazê-la quaisquer companhia. Apenas fui o cara lhe ofereceu uma noite de sedentos gozos e espasmos. E ela foi embora no outro dia. Mas não antes de me apreciar com uma bela foda por trás. Que buraco gostoso. Quis ter a prova de que aquilo aconteceu e ela deixou a calcinha, mas não antes de me deixar apreciar a paisagem de seu corpo de quatro abaixado para pegá-lo. Pensando bem, até que fizemos companhia um ao outro. Ela levou meu gozo em si, e deixou seu gozo aqui. Nessa calcinha que faço esse café.

Alguém bate palmas no portão. Droga, a essas horas! Penso em não atender, mas talvez seja você com seu ego ou ela com seu corpo encharcado de tesão. Ou uma outra garota. Que sonha em tonar-se poesia. Levanto, de toalha vou ao portão. É ela. Nunca fiquei tão decepcionado e ereto como agora. Ela só tem o cuidado de fechar o portão para me degustar com sua língua grande e vontade me engolir. Aprecio meu café com gosto de boceta e a chupada que ela me faz.

Já que a vida não me deu você, ela vai me dar tudo de si, de novo. E de novo. Até que um se canse do outro. Ou ela convide uma amiga. Coloco tudo em sua boca. E tiro. A levanto e abaixo seu jeans colado que deixava seu fio dental socado. Gosto do que vejo, ponho pro lado e a penetro. Ali, na garagem. Atrás do portão. Diante a avenida mais movimentada da cidade. E ela geme alto. Tão alto que posso ver luzes se acenderem. E fodo mais. Que ouçam. Sempre tive que escutar suas brigas e trepadas. O barulho do portão incomoda os cães e eles uivam como loucos. E eu também.

Continua...

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quinta-feira, 5 de novembro de 2015



Tuas mãos sobem Descem Tocam Apertam (despertam) O sangue ferve E meu corpo é chama Chama viva Meu olhar, antes perdido, agora encontra o teu Meu clitóris aceso guarda o meu prazer mais oculto Guardei os meus desejos por uma semana inteira E te ter me faz perder a cabeça A tua voz me excita Rouca e baixa penetra os meus tímpanos Exala virilidade As tuas mãos Sobem, descem, tocam. Hummm... Teu corpo colado ao meu Encaixe perfeito A tua língua no meu corpo escreve as mais cruas poesias Teu corpo colado ao meu Minhas pernas tremem O teu membro encosta na minha vulva Quente e pingando tesão Sentar Sentir cada centímetro me preencher Subir Descer Tu viras Que encaixe, entra e sai Gemidos, sussurros, teus tapas De quatro Invade sem dó Prazer delirante Entra e sai Uma sinfonia Puxa meu cabelo Tira E coloca de novo Gemidos Vertigem Os gozos se misturam Excitação....
-Kal Lima
-Alma Inspiradora

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sábado, 31 de outubro de 2015

Imagem: google 

- Outubro foi doce.

 Ela repetia essa frase como quem não quer desapegar. Repetiu tantas vezes, tentando, inutilmente, entender o que de fato significava aquilo. Outubro tem sido doce, é verdade. Alguns anos tem sido assim. Quando passa a turbulência de Setembro. Quando as estações querem mudar. Outubro chega. Outubro trás em si um tempo próprio, uma aura de bem estar. De aconchego. Em algum lugar do mundo as folhas estão secas ao chão e no outro florescendo. Ela torna-se viva novamente. Como se florescesse com a primavera. Outubro é doce. É uma menina que dança sob o Outono europeu. Enquanto floresce com a primavera brasileira. E Outubro tem sido doce.

- Mas outubro acabou. -Pensou entristecendo-se-.


Continua...


Autora: Luíza Moura

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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Imagem
Coloquei o carro pra dentro, tava passando uma música legal no rádio. Deixei tocar num volume bom. Fui fechar o portão. Fechei até a metade. Escorei o ombro no batente. Viajei na música. Não sei dizer o nome, mas ela é clássica nos baus da supra. Como é a avenida mais movimentada da cidade. Passam todos os ônibus. E esse vinha de Brasília. Trazia sonhos. Ela. E ela já estava me olhando de antes de perceber o ônibus, às vezes saio de mim quando começo a pensar. E quando a percebo. Passa a mão no cabelo como todas as vezes que a vi na vida. Desde a escola. Puta que pariu, aquilo é tão sexy. Olha pra frente. Fingi que não me vê. E eu fixo meu olhar na moça da parada doze da quebrada. Que eu sei quem é há muito tempo. Mas não conheço o tocar de lábios. Ela era a garota mais bonita da escola. E é a mais linda da quebrada. A pena que eu sempre quero quem não me quer. E eu não posso levar ninguém a Londres e a Paris. Afinal, eu sou um poeta vagabundo.

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terça-feira, 27 de outubro de 2015



Quero que hoje decida qual música tocar.
Quando começar a tocar os acordes no teu corpo.
Que dispo, com boca e paladar.
Que afago, com tato e língua para ofegar.

Corpo semi nu, ainda puritana.
Arte renascentista, perfeita de forma insana.
O clique das minhas retinas poderiam tornar-te
Minha fotografia favorita, minha arte profana.

O suor quente que escorre lentamente
Na pele fria provoca arrepios recorrentes.
Sem sutiã, vestido florido em pele, calcinha ao chão
Lhe afago com a barba, sorrisos displicentes.

Os batimentos cardíacos são as batidas do tambor.
Acelerados, compassados, ritmados.
Seguem os sons que inflamam os corpos com clamor.
A letra é o meu nome que chama, clama com ardor.


Maluco Sonhador​
Sheyden Souza​

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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

[+18]
Fotografia: Jan Saudek

Lhe apanho.
Lhe encargo.
Lhe jogo sem pudor a cama.
Aprecio o espanto e o olhar.
Fera acoada.
Pernas trêmulas.
Pode sair, mas quer ficar.
Quer pagar pra ver.
Me jogo em teu dorso.
Vestido.
Abro.
Arranco.
Calcinha.
Embriagada.
Encharcada.
Olhar pidão.
Beijo os lábios.
E o local mais quente.
Penetro.
Dois dedos e ela.
Locais distintos.
Sente a renda molhada,
Girando.
Entorpecendo.
Gemendo.
Debatendo.
Tapeio as volumosas nádegas.
A cada tapa um som.
Prazer.
Penetro com tudo que há.
Ela contorce.
Se abre.
Goza.
Urra.
Treme.
Mordo as tetas.
Puxo acintosamente os cabelos.
Masturbo o clitóris.
Quer mais.
Tem mais.
Estâmpico de penetração,
prazer aveludado e dor.
Colchão molha.
Tenta cavalgar.
Resisti.
Mas se joga aos travesseiros e morde.
Guia o caminho.
Reconheço o olhar.
De impiedade.
Obedeço.
Estremecemos.
Se joga em meu peito.
A toco, aberto.
Gozado.
Três dedos.
Me rasga.
Me afaga.
Me morde a barba.
De todas as palavras vadias.
Me chamou de poeta.

Maluco Sonhador​
Sheyden Souza​

Posted on 11:32:00 by Unknown

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quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Foto: MC LFDAT
Bem vindo ao inconsciente de um socialmente reconhecido como pardo, classe média baixa, inteligente, sortudo. Descendente de povos naturais brasileiros e africanos. Filho de Maurita Ribeiro (negra, mas da pele mais clara) e João Aparecido (pardo, mas aos olhos de todos. Branco). Que têm irmãos e tios dependentes, que mesmo tentando entender não entende e se emputece fácil (por exemplo, ontem briguei com meu irmão. Coração aperta). Que já partiu corações e já teve o coração partido. Que já sorriu, já chorou, e já quis chorar e não tinha lágrimas e já quis parar de chorar e as lágrimas não cessavam. Que já teve as costas queimadas pelo sol e calos nos pés e nas mãos, por trabalho. Que nunca soou como seus parentes mais velhos. Que já sofreu. Mas que reconhece que perto de tantos, não sabe nada de sofrimento. Aí, eu não sou diferente de ninguém só porque consigo escrever. Ou porque frequentei faculdade. Ou porque minha mãe comprou um carro novo depois de trabalhar desde os 14 anos como professora. Ou porque meu pai já recebeu 58 salários num mês. Não sou. 58 salários lá em 98 e tinha mês que não recebia nada, porque preferia ver um sorriso no rosto de quem não podia pagar. Meus pais, a maneira deles, sempre tentaram e tentam até hoje ajudar o próximo. Muitas vezes ficaram no preju, mas outras viram amigos formados. Até os meus seis anos de idade, eu não tinha uma avó. A avó que tinha era de consideração. Porque minha avó biológica rejeitou a mim e minha irmã quando nascemos, por sermos filhos da minha mãe. Que é negra e ela não queria que meu pai se casasse com uma mulher negra. Minha avó é negra, negra como a noite sem luar. Sou mais um que viu sua família se desestruturar por brigas, traições e afins. Que foi a escola no Gama, e conheceu preconceitos e racismos velados pelas crianças que aprenderam em suas casas, com seus medíocres pais, que aprenderam com seus pais, que se reforçaram nas religiões cristãs. Que viu um dado dia, seu primo ser pego pela polícia escolar formada pelos estudantes por simplesmente ser negro. Detalhe, segunda série. Que viu uma professora cheia de ódio de pobre dar aula pra pobre, essa professora é chamada de Ivana e é prima do Joaquim Roriz. Com ela eu não conseguia estudar, só sentia ódio. Escrevia aquelas redações e ela mudava o que queria escrever, sinceramente, se não fosse o Professor João Batista do CEM 03 do Gama, jamais teria voltado a escrever. Continuando. Reprovei. No outro ano fui morar e estudar em São Sebastião. Conheci o déficit de ensino, eu reprovado, era o aluno mais inteligente da sala. Ensinava todos os outros. Conheci histórias de crianças que espantariam tantos adultos. Conheci um amigo que já tinha vendido drogas na escola porque o irmão mandou. Conheci outro que viu o irmão morrer por tiro. Conheci quem vivia em condições sub humanas. Ouvi relatos de garotas prostituídas. Não que fossem diferentes daqui. Pedregal. Aqui conheci tantos também, mas não convivi. Daí fui pra Minas Gerais e Formosa, morei nesses locais na zona rural. Assentamentos desestruturados. Claro, ali passei a entender os planos do governo para com os pobres. Novamente, nas escolas, eu era o aluno mais inteligente da turma. Só que diferente. Tudo que os professores ensinavam, na quarta, na quinta e sexta série, eu já havia aprendido até a terceira série. Aí fica fácil ser o inteligente da família, da escola. Sinceramente, nunca me esforcei pra ser inteligente, nunca estudei pra uma prova sequer. E via quem se esforçava, não conseguir e desistir. Nesses locais, as histórias se multiplicavam. A cada relato, sentia o que contavam. Também tive os meus. Nesses lugares, conheci a fofoca. Essa é uma arma que já matou muita gente e desfez muitas famílias. Chegou a ponto da minha família receber ameaças de morte. Regressamos ao ponto de partida. Aqui, eu voltei a escrever. Voltei a escrever porque aos nove anos ou dez eu escrevi um poema com meu tio. Desde sempre queria ser poeta e não sabia. Aí, não me arrependo de nada vivido. Por mais que aqui eu tenha perdido meu tio João em 2007, porque reagiu a um assalto. Um primo que se suicidou no mesmo ano. Um tio que morreu em um acidente, no mesmo ano. Não troco meu barraco fácil por uma mansão no Lago Sul. Não é esse meu sonho. Meu sonho é que ninguém mais perca um amigo, um irmão, um tio, um pai, uma mãe pelo crime. Pela violência regida por nossos governantes. Deixei de contar algumas coisas, não por omissão. Mas por ainda não estar preparado para escrever sobre.

Eu:

"Negro demais pra ser branco.
Branco demais pra ser negro."

"Pobre demais pra ser rico,
Rico demais pra ser pobre."

"A ultra esquerda me odeia.
A ultra direita também."

"Sabe qual é a nossa diferença, Sheyden?
Meu cabelo é ruim e o seu é bom."

"Filho, o quê adianta isso tudo se não tem dinheiro pra sair?
Pra comprar uma roupa nova? Quem é que se importa?"

"Quantos talentos se perderam por culpa de professoras como a Ivana? Ou pais, ou mídia? Ou por serem diagnosticados com déficit de atenção?
Quantas pessoas se perderam?"

"Quantas vezes quis matar quem me tratava com desdém, preconceito e tudo o mais?"

"Respeito é o que nos mantém vivos"

"21 anos contrariando 75% das estatísticas"

"Quantos parentes agora na cadeia?"

"Mano é fácil, é só pegar uma arma e vender pó."

Minha arma é um papel municiado com palavras escritas com a tinta da caneta, não com sangue..
Eu quero vender pó.
Pó-esia.
PóEsia.
Poesia.
Quero levar amor e prazer a quem lê.
Se não souber ler, declamo.

Isso é pra dizer que eu não sou tão diferente assim de você. Imagino, que em alguma parte você se viu. Viu um amigo. Um parente. Aí, não desista nunca dos seus sonhos. Eu sou obra dos meus sonhos. Eu posso não ter um livro palpável ainda. Mas não porque desisti dos meus sonhos, mas porque o meu sonho é não depender de grandes empresas. De não ver meu talento jogado fora em um Correio Brasiliense da vida. A minha ambição nunca foi ter panos, ter os aparelhos, os pisantes. Ela sempre foi de mudar o mundo com ideias.

Posted on 14:18:00 by Unknown

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domingo, 27 de setembro de 2015

Foto por: Sheyden Souza
Algumas rimas pra insonia.
Pra quando ela, enfim, se for.
Morrer de saudades de mim.
Sentir que morre meu mundinho sem cor.

Até lá, algumas putrefaz,
solitárias e ardentes lágrimas.
Que cavam e rasgam meu rosto
como se escorressem solitários magmas.

Até lá, latas de cerveja,
copos de café, folhas com teus traços,
roupas que não mais me cabem.
Estarão misturados em minha barba, pernas e braços

Tudo que aparecer.
Será eu, nada mais
Tudo que não render.
Será o que fiz do que podia.

Serei tudo ou nada.
Até que ela se parta.
Ou num sorrateiro golpe,
me rasgue, me parta.

Maluco Sonhador
Sheyden Souza

Posted on 04:19:00 by Unknown

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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Foto por: Osvaldo Ribeiro Filho
A verdade é que é a gente é nostálgico. A gente toda. Toda ela. Toda essas pessoas que passam na rua, que enfrentam metrôs e ônibus, que vão de carro, de moto, de bicicleta. Toda essa gente tanta. Em algum momento do dia quer voltar em uma parte da vida em que foi feliz, que foi plenamente feliz sem precisar de muito. Tipo a parte daquele livro, ou o final daquele filme, ou aquela música que escutou durante a viagem de volta pra casa, ou aquele pulo no córrego com os amigos, ou o momento daquela foto que seus pais tiraram de você quando criança, ou aquele lanche em algum lugar, ou o zerar de um jogo angustiante e épico. Enfim. A gente sempre quer reviver aqueles momentos. Todos eles. Seja até correr de levar borrachada da PM em manifestação. Mas esses momentos, repare, só acontecem quando você não está querendo que seja. Apenas o vive. Simplesmente aceita que está ali e faz o teu melhor pra ser você. É como diz uma escritora que gosto, "felicidade é só questão de ser". E não é, que é?! Reparem bem. Os momentos que queremos voltar no tempo, são os que você mais foi você. Sem preocupações com o seu capital, com sua família, com sua carreira acadêmica e profissional. Você só foi lá e fez. Você só tinha que saltar na piscina no ano novo com os amigos. Só tinha que engatar a marcha e pisar no acelerador, o câmbio desses momentos é automático. Mas não é mecânico, robótico ou coisa do gênero. O sincronismo depende dos demais.

Viver é o fermento desse quesito essencial para a vida que é o de construir momentos nostálgicos. A gente nunca sabe, mas sente que aqueles momentos são épicos. Como o dizer a um amigo que -isso aqui ainda vai ser uma parte essencial para o documentário que hão de fazer de nós.

Vai, esquece a bagagem. Vai e seja. Só basta colocar o pé ali, na frente do outro e o outro na frente. Até chegar lá. Depois continue a caminhar, vai ter hora que terá de correr ou parar. Mas continue. Não dá pra viver só de um momento nostálgico. Ora, esquece o que tem de rezar. Só se preocupe em continuar a caminhada.

Maluco Sonhador

Posted on 11:16:00 by Unknown

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Foto: Janela de ônibus por Sheyden Souza
Eu vos confesso que ando fugindo de escrever quaisquer coisa que advêm dos sentimentos. Tenho evitado o exaurido contato humano, já me basta em casa. Tenho pouco assistido filmes e séries, leio quase nada. E, ainda assim. Não tenho me sentido triste ou infeliz. Só cansado. Incorrigivelmente cansado. Me dediquei a arrumar algumas coisas. Meu futuro livro, meu blog. Arrumei-o-os.  Mas e agora, o que mais falta a arrumar? A casa, talvez, mas já arrumei. O meu lado no guarda roupas? Já arrumei. A bagunça do quarto? Meu irmão caridosamente organizou. A bagunça também foi feita por ele. Há algo? Mas o quê? Talvez, um emprego. É talvez, mas convenhamos que não é isso. Não é isso que falta arrumar. Têm algumas almofadas do sofá fora de lugar e a porta do quarto da minha irmã não fecha, fica rangendo. Mas não, não é isso que falta. Que coisa, tenho dito que não é. Falta algo aqui ó. Aqui no âmago da carne. É algo tão forte que não posso ousar em dar-lhe um nome qualquer. Só posso senti-lo. Sem hesitar. Só sentir. Mas como arrumá-lo se não sei seu nome? Se eu só sinto. Como saber?

Ah, tantas perguntas sem respostas. Tantas respostas sem perguntas tenho criado em meus monólogos diários no chuveiro, na cama antes de dormir, na cozinha ao cozinhar. Minhas respostas são tantas que até me confundo se são respostas mesmo. São. Ou talvez não. Mas, não importa. Importa é saber, que coisa é essa que tem me exaurido tanto. Também sei que não é a maldita sinusite, essa, só tem me roubado a voz e a capacidade de não ter dores de cabeça. Essa coisa é tão íntima, tão pura e singela que tenho dedicado meus dias a entendê-la. Parece que diz que eu devo ir, ir sem medo de haver nãos. De haver dores. E tantos tipos de sofrimentos. Ela parece dizer isso em uma linguagem desconhecida aos seres humanos, a linguagem do coração. É inaudível, é só o que posso dizer. Mas ela diz. Ela grita. Ela esmurra. Ela bate. No entanto, meus ouvidos não doem. Meu corpo não sangra. Só vive num completo mar de sensações e extenuado, exaurido como os escravos de outrora.

Eu tenho evitado escrever para compreender isso. Mas é algo acima da compreensão do ser. É algo fortuito. Mas que precisa de uma mão que o empurre para acontecer. E eu tenho duas! E não sei como empurrar. Procurei não depender das outras pessoas também nesse meio tempo. Confesso, a gente sempre precisa de alguém algumas vezes na vida.

O vento tem soprado tão forte as madrugadas que passei acordado. Faz um som como se eu estivesse em meio a uma tempestade no mar do caribe. Lutando com piratas e militares a procura de continuar a viver. E logo, me enxergo aqui. Lutando com meus próprios sentidos, sentimentos, sonhos e argumentos. Essa é uma das batalhas mais difíceis de existir um só ganhador.

Quando choveu a primeira após quase setenta dias sem chuva, recordei que um alguém sentia com a chuva uma espécie de inquietação e frustração. E logo em decorrente vi atualizar uma rede de suas redes e dizer várias coisas sobre como a vida era injusta e todos os demais sentimentos que aquela bendita e aguardada chuva esperada lhe causava. A mim, a chuva causa uma espécie de plenitude. Nessa pessoa, inquietação. Cada um sente a chuva chover de formas diferentes. A chuva choveu e com ela voltaram as muriçocas, e pra ela os problemas. Pra mim. Uma razão pra continuar. Independente de qualquer coisa, aqui sempre vai chover. E o barulho da chuva, vai me colocar em estado de ser pleno e me causar sono. Espero que a cada chuva eu simplesmente possa dormir. Acho que falta chover nos corações alheios como chove no meu. E se eu não puder dormir, que eu possa ver como é poderosa a água da chuva. Sempre arrastando tudo que é leve, dependendo a quantidade de água que cai. A chuva, arrasta o que tiver de arrastar. Mas se tiver coragem de encará-la, você a vence.


Maluco Sonhador
Sheyden Souza.

Posted on 03:54:00 by Unknown

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quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Foto por: Sheyden Souza
O frio esquenta.
O calor esfria.
Quando recordo seu abraço.
Quando esqueço que não tá aqui.
A hora retrocede até o momento,
como um filme que a gente volta
na melhor parte.
E nesse inverno
anda fazendo calor.

Sheyden Souza.
Maluco Sonhador.

Posted on 15:49:00 by Unknown

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terça-feira, 15 de setembro de 2015

Foto por: Sheyden Souza

Que liberdade é essa que eu preciso encontrar tal pessoa e dizer que estou livre? Não. Isso definitivamente não é uma liberdade. Eu não preciso, inexoravelmente, não preciso dizer a ninguém que estou livre. Creio que não é uma necessidade de dizer que estou livre, é simplesmente, um ato de agradecimento. Só e só. Mas de repente me tomo de uma felicidade ainda não escrita por mim. E que me recordo da passagem final de um livro que virou filme “a felicidade só é verdadeira quando compartilhada”. Não isso não é uma necessidade de dizer, e esfregar na cara da outra pessoa que estou livre. É só uma necessidade de compartilhar algo com alguém que ainda é importante pra mim. Dizer que estou feliz sim, mesmo que isso seja interpretado de outra maneira. Quero indefinidamente, abraçar-te e dizer: obrigado. Porque sim, me libertastes de um cativeiro que eu mesmo serrei os ferros, cavei o buraco para os pilares, levantei de tijolo a tijolo a sustentação, e por fim soldei as grades comigo ali dentro. Tranquei a mim nessa cela feita por mim. Eu, ninguém mais.

Num sopro de lucidez que tu me dizes que estou em cativeiro e me dou conta, de que, de fato, estou eu num cativeiro. Um agradecimento, só isso. Um querer compartilhar esse feito. Só quero que sejais feliz. Mas que me escute por alguns segundos. Não, não é crime. Só quero poder dizer-te isto poxa! É pouca coisa a se dizer, mas que de tal maneira deve ser dita. Assim, como um tiro. E assim, seguir meu caminho. Aprendendo com esse erro meu. E com os demais que ainda não errei. A culpa não é de ninguém, nem do tempo. Nem de nós mesmos. Ainda há tanto o que aprender sobre isso tudo, que confesso, me sinto tão pequenino como a um átomo.

Sintonizemo-nos numa estação para que aprendamos algo com isso. É isso que quero. É um querer. Esse querer há uma necessidade de ser dito. Quase como um grito. Ou que seja um grito. Mas que seja dito. E o receptor, seja a quem a mensagem deve chegar. Quero dizer, de sã consciência. "Se foi amor eu não sei, eu sei que, por alguns minutos em teus braços. Amei-te como nunca antes e depois até agora, alguém. E se encontrou um amor, que bom. O saúdo. Ainda não encontrei esse amor, mas não te invejo. Meu caminho ainda está no início. Ainda há montanhas a escalar, muralhas a derrubar. Caramba garota! Obrigado do fundo do coração que tenho. Cresci tanto contigo!"

Não, não é crime. Oras! Tu ainda és meu ponto de confusão, aliás, confissão. Que por ti, sejais, imensamente feliz. E que os momentos de tristezas, confusões, sofrimentos possam ser aprendizados e não feridas que o tempo não cura. Esses momentos, mesmo que constantemente andemos a correr deles, eles existem e sempre nos encontram. E não, desculpe a dose de franqueza. Não estamos preparados. Aí está o aprendizado.

Sheyden Souza
Maluco Sonhador

Posted on 14:06:00 by Unknown

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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Foto da internet, editada por Sheyden Souza
Esquece tuas íris castanhas
no meu olhar.
Me aprecie com seus lábios
vermelhos bem desenhados e carnudos.

Se desespere com minhas
entradas e saídas de sua vida.
Esquece o fio dental na pia
e vem pra debaixo do chuveiro.

Me deixe apreciar o cheiro
de seus cachos.
Me instigue com teu andar.
Me mergulhe em teus seios.

Não se apaixone.
Cavalgue-me como a um alazão.
Sente-se à moda da sobremesa.
Lambuze-me com teu leite sedento.

Me peça com jeitinho
Que sussurre seu nome.
Seu nome quase diz que,
ama e manda em mim.

Deixa eu apreciar tua pele
como uma criança aprecia fruta do pé.
Deixa eu saciar minha sede de sertão
com todo o seu frescor e molhar.

Esquece tua santidade.
Deixe os pecados por mim.
Quero tua melanina suada,
assim eu pago os pecados e você me afaga.

Sheyden Souza
Maluco Sonhador

Posted on 00:16:00 by Unknown

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domingo, 13 de setembro de 2015

(+18)

Foto por: Ralph Gibson - 1974

Um desejo
Diante o espelho
Nua a se descobrir.
Um enredo de tesão.
Seios eriçados.
Corpo, tátil sensorial.
Gemidos sucumbidos
Pelo alarde do prazer.
Euforia, falta de ar,
Calor, sangue saltando veias.
Pupilas dilatadas, descoberta.
Suor quente, contrações.
Garganta seca.
Umidade.
Velocidade.
Espasmo.
Espasmos.
Mente leve, coração bombeando,
Inundando áreas para vertigem.
O prazer com gosto e cheiro.
Sua própria orquestra,
Regida a dedos hábeis.
Gritos silenciados.
Ahhhhhhh!!
Joelhos ao chão.
Resiliência quase desistência.
Resistente o corpo, a mente
E o desejo dilaceram pedindo...
Até o fim!
Persiste, o chão molha.
-Mais! (a mente grita)
Obsessão, a fonte.
Mais, mais, mais fundo!
O chão arranha, voracidade.
Prazer, orgasmo a delírios.
Quase fim.
Ciclo.
Recicla.
A fonte incita.
Sem hesitar, recita.
Quase palavras, mas poesias.
Triplamente.
Ardente.
Intrinsecamente.
Libertinamente.
Ela somente.
Só ela sente.
O mundo agora mente.
Extremamente.
Coitada dessa gente
Ressequida sem prazer solene.
Ela o deseja ardentemente.
Mas, só ela sente.
Amor latente.
O fim desencadeia
ideias na mente.
Amanhã será desse outro jeito.
Primeiro o beijo.
Depois o peito.
Pescoço.
Saciarei essa sede.

Maluco Sonhador.
Sheyden Souza

Posted on 14:49:00 by Unknown

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[+18]

Você e eu, sua biblioteca pessoal, frio e café.
Vai de "A menina que roubava livros",
Vou de velho safado, Charles Bukowiski.
Sei que perdeu as contas de quantas vezes leu,
E de novo as lágrimas invadem seu rosto róseo.

Sem medo com os olhos inchados pede abrigo,
desconcerta meu equilíbrio.
Abro os braços, se aproxima, ali na sua cama.
No meu peito encontra o abrigo necessário.
Desisto de tentar voltar a ler, você continua.

Se acomoda, e a cada página mais lágrimas.
A cada lágrima, meu abraço aperta.
Seu óculos sempre embaça e me pede pra limpar.
Limpo, seu olhar me seca e me beija no rosto.
Termino, volta ao livro e de novo se ajeita.

Se encaixa suavemente, coloca o cabelo pra frente
deixando o pescoço à mostra, à tentação.
Quase vejo seu sorriso malicioso, seu olhar de ninfa.
Sua mão muda a página, puxa o cobertor que tem seu cheiro.
Eu o ajeito, e sua mão vem passear na minha coxa.

Me atiça, provoca silenciosamente e não resisto.
Beijo a nuca, o pescoço, o ombro, o rosto.
Provoco na orelha, com as mãos por cima do moletom.
Aperta com as unhas, consentindo a invasão.
A indolência que insistia, você mesma quebrou.

Um gole no café, quase frio.
Mas o corpo em chamas faz jogar o livro pro lado.
E se entrega aos meus beijos, inspira e rebola.
Acompanha o toque e a intensidade das minhas mãos.
Mordo e chupo seu pescoço, invado com dois dedos.

Sobe ao delírio ardente, fluente e geme.
A voracidade percorre as veias, se molha.
Suor frio e sangue quente, os músculos tremem.
Movimentos intensos lentos, tesão, gozo.
Levanto, lhe deito, de costas arranco o moletom.

Coloco pro lado, chupo já molhada, escorrendo.
Gemidos frenéticos, cinéticos, poéticos.
Vou até o fim, e vou mais, coloco ereto dentro.
Grita intrínseca, sem voz, sem eco.
Vou até o fim e volto, sangue desce. Primeira vez.

Sheyden Souza.
Maluco Sonhador.

Posted on 00:46:00 by Unknown

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sábado, 12 de setembro de 2015

Foto por: Sheyden Souza

Madrugada no Museu


De repente ela lembra,
da dança, da excitação de nossos corpos
a lua, a pouca luz, os outros casais.

De repente, ali, deitada, nua no calor do dia...
Relembra de meus dedos, meus beijos.
A conjuntura de nossos corpos colados.
A forma da minha boca.
Minha voz em seu ouvido.
Minha língua em teus seios.
Lembra da minha respiração ao controlar os passos.
Coloca uma música lenta e tenta bailar.
Tenta sentir toda a líbido que sentiu.

Decide sair de carro, ao sentar no banco.
Sente minha presença no banco do carona,
Lhe fazendo movimentos intensos.
Sente uma louca vontade de vir me ver.
E não vem.

Mas, desculpe. Tenho a mania de ser inesquecível.

Maluco Sonhador
Sheyden Souza

Posted on 21:27:00 by Unknown

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Poesia boa
é aquela que
eu beijo sua boca
e você me tira a roupa.

E vice versa
e verso viça.
Por cima, por baixo.
Jogados na parede, me encaixo.

Tanto faz,
dois dedos e ai's.
Contando que me tire a roupa
e fique louca.

E se for pra gente se pegar
que seja até a respiração ofegar.
Eu conduzo, mas nem sei dançar.
Voltando você dirige, a intenção é vê-lá sorrir ao delirar.

Sheyden Souza
Maluco Sonhador.


Poesia boaé aquela queeu beijo sua bocae você me tira a roupa.E vice versae verso viça.Por cima, por...

Posted by Maluco Sonhador on Terça, 23 de junho de 2015

Posted on 14:06:00 by Unknown

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