Estamos em 2016 e ainda precisamos defender obviedades.

Com uma certa popularização da internet e por meio de algumas políticas públicas que possibilitaram o ingresso de alunas periféricas nas universidades, o feminismo se expandiu. Nunca antes na história do movimento, foi falado tanto dele.

Desde crianças até a Academia o assunto é debatido e mais, militado. Especialmente quando o assunto é violência contra a mulher.
Aliás, é exatamente essa reflexão que esse texto propõe fazer.
Com o auge da militância é esperado que o patriarcado (sistema social que fomenta o machismo) se organize em resposta. A mais comum é a tentativa de silenciamento das mulheres. 
Um homem pode silenciar uma mulher de diversas formas: impondo - por uso da violência física, verbal ou psíquica, intimidando, constrangendo em público ou até a humilhando, ou simplesmente manipulando. A velha história do “amor, mas tá frio, porque você não põe uma calça?”. 
Tem opressor para todos os gostos: macho que quer dar pitaco na nossa luta, macho que quer confete por defender direitos humanos, macho que é escroto mesmo, escancarado.
Engana-se quem acha que só machistas assumidos fazem isso, ao contrário, tem muito macho que paga de desconstruído, de politizado e que a dois manipula, agride e silencia mulheres. Na minha opinião, são os piores. Quando você se depara com um machista assumido, a aversão aos seus ideais (e, consequentemente a ele que os defende com veemência) é instantânea. Mas, quando você se depara com aquele macho que defende aquele discurso desconstruído e libertário que tanto buscamos para o mundo, a tendência é se aproximar e criar, dessa vez, uma empatia instantânea pela pessoa. Esse é o esquema deles. A sedução associada a manipulação e que só pode resultar em violência contra a mulher e silenciamento da vítima, uma vez que como ele tem esse ar de “diferente” poucas pessoas acreditariam nos relatos femininos. Muitas das vezes nós mesmas demoramos a acreditar. 
Por mais difícil que seja, cabe a nós resistirmos. Mais até, nos organizarmos para que possamos defender - e alertar - umas as outras.
O maior exemplo de que essa é uma das principais armas contra o feminismo atualmente é a composição dos ministérios do atual governo - golpista - de Temer. Nenhuma mulher ocupou alguma cadeira. Nenhuma. Aliás, mulher negra então …
Já disse antes e repito: quando o machismo se manifesta, ele deve ser silenciado. E não nós. Não mais.
Tem cara que fecha com a gente, respeita a nossa luta, tem empatia por ela e até milita pró-feminismo dentre outros homens? Claro que tem. Mas também tem - muito - macho opressor - declarado ou pagando de libertário - que quer se dar bem em cima da violência contra a mulher e deixá-la bem quietinha.
Se você for um desses que se enquadra no segundo grupo, um aviso: Nós não temos medo de você e um dia a luta vai embater todo o seu machismo (quanto aos que iludem as meninas com o seu discursinho, saiba que estamos de olho). 
Pra vocês, o meu mais sincero: Raxa macho.


Milla Carolina.