domingo, 27 de setembro de 2015

Foto por: Sheyden Souza
Algumas rimas pra insonia.
Pra quando ela, enfim, se for.
Morrer de saudades de mim.
Sentir que morre meu mundinho sem cor.

Até lá, algumas putrefaz,
solitárias e ardentes lágrimas.
Que cavam e rasgam meu rosto
como se escorressem solitários magmas.

Até lá, latas de cerveja,
copos de café, folhas com teus traços,
roupas que não mais me cabem.
Estarão misturados em minha barba, pernas e braços

Tudo que aparecer.
Será eu, nada mais
Tudo que não render.
Será o que fiz do que podia.

Serei tudo ou nada.
Até que ela se parta.
Ou num sorrateiro golpe,
me rasgue, me parta.

Maluco Sonhador
Sheyden Souza

Posted on 04:19:00 by Unknown

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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Foto por: Osvaldo Ribeiro Filho
A verdade é que é a gente é nostálgico. A gente toda. Toda ela. Toda essas pessoas que passam na rua, que enfrentam metrôs e ônibus, que vão de carro, de moto, de bicicleta. Toda essa gente tanta. Em algum momento do dia quer voltar em uma parte da vida em que foi feliz, que foi plenamente feliz sem precisar de muito. Tipo a parte daquele livro, ou o final daquele filme, ou aquela música que escutou durante a viagem de volta pra casa, ou aquele pulo no córrego com os amigos, ou o momento daquela foto que seus pais tiraram de você quando criança, ou aquele lanche em algum lugar, ou o zerar de um jogo angustiante e épico. Enfim. A gente sempre quer reviver aqueles momentos. Todos eles. Seja até correr de levar borrachada da PM em manifestação. Mas esses momentos, repare, só acontecem quando você não está querendo que seja. Apenas o vive. Simplesmente aceita que está ali e faz o teu melhor pra ser você. É como diz uma escritora que gosto, "felicidade é só questão de ser". E não é, que é?! Reparem bem. Os momentos que queremos voltar no tempo, são os que você mais foi você. Sem preocupações com o seu capital, com sua família, com sua carreira acadêmica e profissional. Você só foi lá e fez. Você só tinha que saltar na piscina no ano novo com os amigos. Só tinha que engatar a marcha e pisar no acelerador, o câmbio desses momentos é automático. Mas não é mecânico, robótico ou coisa do gênero. O sincronismo depende dos demais.

Viver é o fermento desse quesito essencial para a vida que é o de construir momentos nostálgicos. A gente nunca sabe, mas sente que aqueles momentos são épicos. Como o dizer a um amigo que -isso aqui ainda vai ser uma parte essencial para o documentário que hão de fazer de nós.

Vai, esquece a bagagem. Vai e seja. Só basta colocar o pé ali, na frente do outro e o outro na frente. Até chegar lá. Depois continue a caminhar, vai ter hora que terá de correr ou parar. Mas continue. Não dá pra viver só de um momento nostálgico. Ora, esquece o que tem de rezar. Só se preocupe em continuar a caminhada.

Maluco Sonhador

Posted on 11:16:00 by Unknown

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Foto: Janela de ônibus por Sheyden Souza
Eu vos confesso que ando fugindo de escrever quaisquer coisa que advêm dos sentimentos. Tenho evitado o exaurido contato humano, já me basta em casa. Tenho pouco assistido filmes e séries, leio quase nada. E, ainda assim. Não tenho me sentido triste ou infeliz. Só cansado. Incorrigivelmente cansado. Me dediquei a arrumar algumas coisas. Meu futuro livro, meu blog. Arrumei-o-os.  Mas e agora, o que mais falta a arrumar? A casa, talvez, mas já arrumei. O meu lado no guarda roupas? Já arrumei. A bagunça do quarto? Meu irmão caridosamente organizou. A bagunça também foi feita por ele. Há algo? Mas o quê? Talvez, um emprego. É talvez, mas convenhamos que não é isso. Não é isso que falta arrumar. Têm algumas almofadas do sofá fora de lugar e a porta do quarto da minha irmã não fecha, fica rangendo. Mas não, não é isso que falta. Que coisa, tenho dito que não é. Falta algo aqui ó. Aqui no âmago da carne. É algo tão forte que não posso ousar em dar-lhe um nome qualquer. Só posso senti-lo. Sem hesitar. Só sentir. Mas como arrumá-lo se não sei seu nome? Se eu só sinto. Como saber?

Ah, tantas perguntas sem respostas. Tantas respostas sem perguntas tenho criado em meus monólogos diários no chuveiro, na cama antes de dormir, na cozinha ao cozinhar. Minhas respostas são tantas que até me confundo se são respostas mesmo. São. Ou talvez não. Mas, não importa. Importa é saber, que coisa é essa que tem me exaurido tanto. Também sei que não é a maldita sinusite, essa, só tem me roubado a voz e a capacidade de não ter dores de cabeça. Essa coisa é tão íntima, tão pura e singela que tenho dedicado meus dias a entendê-la. Parece que diz que eu devo ir, ir sem medo de haver nãos. De haver dores. E tantos tipos de sofrimentos. Ela parece dizer isso em uma linguagem desconhecida aos seres humanos, a linguagem do coração. É inaudível, é só o que posso dizer. Mas ela diz. Ela grita. Ela esmurra. Ela bate. No entanto, meus ouvidos não doem. Meu corpo não sangra. Só vive num completo mar de sensações e extenuado, exaurido como os escravos de outrora.

Eu tenho evitado escrever para compreender isso. Mas é algo acima da compreensão do ser. É algo fortuito. Mas que precisa de uma mão que o empurre para acontecer. E eu tenho duas! E não sei como empurrar. Procurei não depender das outras pessoas também nesse meio tempo. Confesso, a gente sempre precisa de alguém algumas vezes na vida.

O vento tem soprado tão forte as madrugadas que passei acordado. Faz um som como se eu estivesse em meio a uma tempestade no mar do caribe. Lutando com piratas e militares a procura de continuar a viver. E logo, me enxergo aqui. Lutando com meus próprios sentidos, sentimentos, sonhos e argumentos. Essa é uma das batalhas mais difíceis de existir um só ganhador.

Quando choveu a primeira após quase setenta dias sem chuva, recordei que um alguém sentia com a chuva uma espécie de inquietação e frustração. E logo em decorrente vi atualizar uma rede de suas redes e dizer várias coisas sobre como a vida era injusta e todos os demais sentimentos que aquela bendita e aguardada chuva esperada lhe causava. A mim, a chuva causa uma espécie de plenitude. Nessa pessoa, inquietação. Cada um sente a chuva chover de formas diferentes. A chuva choveu e com ela voltaram as muriçocas, e pra ela os problemas. Pra mim. Uma razão pra continuar. Independente de qualquer coisa, aqui sempre vai chover. E o barulho da chuva, vai me colocar em estado de ser pleno e me causar sono. Espero que a cada chuva eu simplesmente possa dormir. Acho que falta chover nos corações alheios como chove no meu. E se eu não puder dormir, que eu possa ver como é poderosa a água da chuva. Sempre arrastando tudo que é leve, dependendo a quantidade de água que cai. A chuva, arrasta o que tiver de arrastar. Mas se tiver coragem de encará-la, você a vence.


Maluco Sonhador
Sheyden Souza.

Posted on 03:54:00 by Unknown

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quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Foto por: Sheyden Souza
O frio esquenta.
O calor esfria.
Quando recordo seu abraço.
Quando esqueço que não tá aqui.
A hora retrocede até o momento,
como um filme que a gente volta
na melhor parte.
E nesse inverno
anda fazendo calor.

Sheyden Souza.
Maluco Sonhador.

Posted on 15:49:00 by Unknown

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terça-feira, 15 de setembro de 2015

Foto por: Sheyden Souza

Que liberdade é essa que eu preciso encontrar tal pessoa e dizer que estou livre? Não. Isso definitivamente não é uma liberdade. Eu não preciso, inexoravelmente, não preciso dizer a ninguém que estou livre. Creio que não é uma necessidade de dizer que estou livre, é simplesmente, um ato de agradecimento. Só e só. Mas de repente me tomo de uma felicidade ainda não escrita por mim. E que me recordo da passagem final de um livro que virou filme “a felicidade só é verdadeira quando compartilhada”. Não isso não é uma necessidade de dizer, e esfregar na cara da outra pessoa que estou livre. É só uma necessidade de compartilhar algo com alguém que ainda é importante pra mim. Dizer que estou feliz sim, mesmo que isso seja interpretado de outra maneira. Quero indefinidamente, abraçar-te e dizer: obrigado. Porque sim, me libertastes de um cativeiro que eu mesmo serrei os ferros, cavei o buraco para os pilares, levantei de tijolo a tijolo a sustentação, e por fim soldei as grades comigo ali dentro. Tranquei a mim nessa cela feita por mim. Eu, ninguém mais.

Num sopro de lucidez que tu me dizes que estou em cativeiro e me dou conta, de que, de fato, estou eu num cativeiro. Um agradecimento, só isso. Um querer compartilhar esse feito. Só quero que sejais feliz. Mas que me escute por alguns segundos. Não, não é crime. Só quero poder dizer-te isto poxa! É pouca coisa a se dizer, mas que de tal maneira deve ser dita. Assim, como um tiro. E assim, seguir meu caminho. Aprendendo com esse erro meu. E com os demais que ainda não errei. A culpa não é de ninguém, nem do tempo. Nem de nós mesmos. Ainda há tanto o que aprender sobre isso tudo, que confesso, me sinto tão pequenino como a um átomo.

Sintonizemo-nos numa estação para que aprendamos algo com isso. É isso que quero. É um querer. Esse querer há uma necessidade de ser dito. Quase como um grito. Ou que seja um grito. Mas que seja dito. E o receptor, seja a quem a mensagem deve chegar. Quero dizer, de sã consciência. "Se foi amor eu não sei, eu sei que, por alguns minutos em teus braços. Amei-te como nunca antes e depois até agora, alguém. E se encontrou um amor, que bom. O saúdo. Ainda não encontrei esse amor, mas não te invejo. Meu caminho ainda está no início. Ainda há montanhas a escalar, muralhas a derrubar. Caramba garota! Obrigado do fundo do coração que tenho. Cresci tanto contigo!"

Não, não é crime. Oras! Tu ainda és meu ponto de confusão, aliás, confissão. Que por ti, sejais, imensamente feliz. E que os momentos de tristezas, confusões, sofrimentos possam ser aprendizados e não feridas que o tempo não cura. Esses momentos, mesmo que constantemente andemos a correr deles, eles existem e sempre nos encontram. E não, desculpe a dose de franqueza. Não estamos preparados. Aí está o aprendizado.

Sheyden Souza
Maluco Sonhador

Posted on 14:06:00 by Unknown

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segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Foto da internet, editada por Sheyden Souza
Esquece tuas íris castanhas
no meu olhar.
Me aprecie com seus lábios
vermelhos bem desenhados e carnudos.

Se desespere com minhas
entradas e saídas de sua vida.
Esquece o fio dental na pia
e vem pra debaixo do chuveiro.

Me deixe apreciar o cheiro
de seus cachos.
Me instigue com teu andar.
Me mergulhe em teus seios.

Não se apaixone.
Cavalgue-me como a um alazão.
Sente-se à moda da sobremesa.
Lambuze-me com teu leite sedento.

Me peça com jeitinho
Que sussurre seu nome.
Seu nome quase diz que,
ama e manda em mim.

Deixa eu apreciar tua pele
como uma criança aprecia fruta do pé.
Deixa eu saciar minha sede de sertão
com todo o seu frescor e molhar.

Esquece tua santidade.
Deixe os pecados por mim.
Quero tua melanina suada,
assim eu pago os pecados e você me afaga.

Sheyden Souza
Maluco Sonhador

Posted on 00:16:00 by Unknown

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domingo, 13 de setembro de 2015

(+18)

Foto por: Ralph Gibson - 1974

Um desejo
Diante o espelho
Nua a se descobrir.
Um enredo de tesão.
Seios eriçados.
Corpo, tátil sensorial.
Gemidos sucumbidos
Pelo alarde do prazer.
Euforia, falta de ar,
Calor, sangue saltando veias.
Pupilas dilatadas, descoberta.
Suor quente, contrações.
Garganta seca.
Umidade.
Velocidade.
Espasmo.
Espasmos.
Mente leve, coração bombeando,
Inundando áreas para vertigem.
O prazer com gosto e cheiro.
Sua própria orquestra,
Regida a dedos hábeis.
Gritos silenciados.
Ahhhhhhh!!
Joelhos ao chão.
Resiliência quase desistência.
Resistente o corpo, a mente
E o desejo dilaceram pedindo...
Até o fim!
Persiste, o chão molha.
-Mais! (a mente grita)
Obsessão, a fonte.
Mais, mais, mais fundo!
O chão arranha, voracidade.
Prazer, orgasmo a delírios.
Quase fim.
Ciclo.
Recicla.
A fonte incita.
Sem hesitar, recita.
Quase palavras, mas poesias.
Triplamente.
Ardente.
Intrinsecamente.
Libertinamente.
Ela somente.
Só ela sente.
O mundo agora mente.
Extremamente.
Coitada dessa gente
Ressequida sem prazer solene.
Ela o deseja ardentemente.
Mas, só ela sente.
Amor latente.
O fim desencadeia
ideias na mente.
Amanhã será desse outro jeito.
Primeiro o beijo.
Depois o peito.
Pescoço.
Saciarei essa sede.

Maluco Sonhador.
Sheyden Souza

Posted on 14:49:00 by Unknown

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[+18]

Você e eu, sua biblioteca pessoal, frio e café.
Vai de "A menina que roubava livros",
Vou de velho safado, Charles Bukowiski.
Sei que perdeu as contas de quantas vezes leu,
E de novo as lágrimas invadem seu rosto róseo.

Sem medo com os olhos inchados pede abrigo,
desconcerta meu equilíbrio.
Abro os braços, se aproxima, ali na sua cama.
No meu peito encontra o abrigo necessário.
Desisto de tentar voltar a ler, você continua.

Se acomoda, e a cada página mais lágrimas.
A cada lágrima, meu abraço aperta.
Seu óculos sempre embaça e me pede pra limpar.
Limpo, seu olhar me seca e me beija no rosto.
Termino, volta ao livro e de novo se ajeita.

Se encaixa suavemente, coloca o cabelo pra frente
deixando o pescoço à mostra, à tentação.
Quase vejo seu sorriso malicioso, seu olhar de ninfa.
Sua mão muda a página, puxa o cobertor que tem seu cheiro.
Eu o ajeito, e sua mão vem passear na minha coxa.

Me atiça, provoca silenciosamente e não resisto.
Beijo a nuca, o pescoço, o ombro, o rosto.
Provoco na orelha, com as mãos por cima do moletom.
Aperta com as unhas, consentindo a invasão.
A indolência que insistia, você mesma quebrou.

Um gole no café, quase frio.
Mas o corpo em chamas faz jogar o livro pro lado.
E se entrega aos meus beijos, inspira e rebola.
Acompanha o toque e a intensidade das minhas mãos.
Mordo e chupo seu pescoço, invado com dois dedos.

Sobe ao delírio ardente, fluente e geme.
A voracidade percorre as veias, se molha.
Suor frio e sangue quente, os músculos tremem.
Movimentos intensos lentos, tesão, gozo.
Levanto, lhe deito, de costas arranco o moletom.

Coloco pro lado, chupo já molhada, escorrendo.
Gemidos frenéticos, cinéticos, poéticos.
Vou até o fim, e vou mais, coloco ereto dentro.
Grita intrínseca, sem voz, sem eco.
Vou até o fim e volto, sangue desce. Primeira vez.

Sheyden Souza.
Maluco Sonhador.

Posted on 00:46:00 by Unknown

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sábado, 12 de setembro de 2015

Foto por: Sheyden Souza

Madrugada no Museu


De repente ela lembra,
da dança, da excitação de nossos corpos
a lua, a pouca luz, os outros casais.

De repente, ali, deitada, nua no calor do dia...
Relembra de meus dedos, meus beijos.
A conjuntura de nossos corpos colados.
A forma da minha boca.
Minha voz em seu ouvido.
Minha língua em teus seios.
Lembra da minha respiração ao controlar os passos.
Coloca uma música lenta e tenta bailar.
Tenta sentir toda a líbido que sentiu.

Decide sair de carro, ao sentar no banco.
Sente minha presença no banco do carona,
Lhe fazendo movimentos intensos.
Sente uma louca vontade de vir me ver.
E não vem.

Mas, desculpe. Tenho a mania de ser inesquecível.

Maluco Sonhador
Sheyden Souza

Posted on 21:27:00 by Unknown

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Poesia boa
é aquela que
eu beijo sua boca
e você me tira a roupa.

E vice versa
e verso viça.
Por cima, por baixo.
Jogados na parede, me encaixo.

Tanto faz,
dois dedos e ai's.
Contando que me tire a roupa
e fique louca.

E se for pra gente se pegar
que seja até a respiração ofegar.
Eu conduzo, mas nem sei dançar.
Voltando você dirige, a intenção é vê-lá sorrir ao delirar.

Sheyden Souza
Maluco Sonhador.


Poesia boaé aquela queeu beijo sua bocae você me tira a roupa.E vice versae verso viça.Por cima, por...

Posted by Maluco Sonhador on Terça, 23 de junho de 2015

Posted on 14:06:00 by Unknown

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