Antes de dormir, ainda, mesmo que doa. E dói muito. Eu ainda te escrevo poemas de amor detalho, retalho nossa história em romances sem fins e nem começos. Suspensos na imensidão de amar-mo-nos. Ainda te escrevo. Escrevo cartinhas clichês. Escrevo igualmente na escola, teu nome na última folha do caderno. Mas diferente de antes, eu a rasgo. Jogo fora. É como dizia o velho safado: amor? É como um breve instante que depois desaparece. Apenas isso, o amor é uma névoa que queima com a primeira luz de realidade.

Eu acordo do delírio e tudo se esvai. As poesias morrem, murcham como as flores que lhe dei outrora. Tudo fica ao chão, tudo está morto como antes. E não há chuva no meu sertão que refaça meu jardim. Se bem, que... Esquece.

Levanto, preparo outro café. É, eu sei que droga você gosta de café. Mas não do meu. Nunca o provou. Que coisa. Mas, onde deixei o coador? Encontro uma calcinha que alguma devassa esquecerá, a uso. Meu café com gosto de gozo nunca provara. Recordo. A moça comprou para me presentear e como num poema lhe enfiei boceta adentro. Ela gozou. Mas não foi capaz de me companhia com a solidão. E nem eu fui capaz de fazê-la quaisquer companhia. Apenas fui o cara lhe ofereceu uma noite de sedentos gozos e espasmos. E ela foi embora no outro dia. Mas não antes de me apreciar com uma bela foda por trás. Que buraco gostoso. Quis ter a prova de que aquilo aconteceu e ela deixou a calcinha, mas não antes de me deixar apreciar a paisagem de seu corpo de quatro abaixado para pegá-lo. Pensando bem, até que fizemos companhia um ao outro. Ela levou meu gozo em si, e deixou seu gozo aqui. Nessa calcinha que faço esse café.

Alguém bate palmas no portão. Droga, a essas horas! Penso em não atender, mas talvez seja você com seu ego ou ela com seu corpo encharcado de tesão. Ou uma outra garota. Que sonha em tonar-se poesia. Levanto, de toalha vou ao portão. É ela. Nunca fiquei tão decepcionado e ereto como agora. Ela só tem o cuidado de fechar o portão para me degustar com sua língua grande e vontade me engolir. Aprecio meu café com gosto de boceta e a chupada que ela me faz.

Já que a vida não me deu você, ela vai me dar tudo de si, de novo. E de novo. Até que um se canse do outro. Ou ela convide uma amiga. Coloco tudo em sua boca. E tiro. A levanto e abaixo seu jeans colado que deixava seu fio dental socado. Gosto do que vejo, ponho pro lado e a penetro. Ali, na garagem. Atrás do portão. Diante a avenida mais movimentada da cidade. E ela geme alto. Tão alto que posso ver luzes se acenderem. E fodo mais. Que ouçam. Sempre tive que escutar suas brigas e trepadas. O barulho do portão incomoda os cães e eles uivam como loucos. E eu também.

Continua...