Foto por: Sheyden Souza

Que liberdade é essa que eu preciso encontrar tal pessoa e dizer que estou livre? Não. Isso definitivamente não é uma liberdade. Eu não preciso, inexoravelmente, não preciso dizer a ninguém que estou livre. Creio que não é uma necessidade de dizer que estou livre, é simplesmente, um ato de agradecimento. Só e só. Mas de repente me tomo de uma felicidade ainda não escrita por mim. E que me recordo da passagem final de um livro que virou filme “a felicidade só é verdadeira quando compartilhada”. Não isso não é uma necessidade de dizer, e esfregar na cara da outra pessoa que estou livre. É só uma necessidade de compartilhar algo com alguém que ainda é importante pra mim. Dizer que estou feliz sim, mesmo que isso seja interpretado de outra maneira. Quero indefinidamente, abraçar-te e dizer: obrigado. Porque sim, me libertastes de um cativeiro que eu mesmo serrei os ferros, cavei o buraco para os pilares, levantei de tijolo a tijolo a sustentação, e por fim soldei as grades comigo ali dentro. Tranquei a mim nessa cela feita por mim. Eu, ninguém mais.

Num sopro de lucidez que tu me dizes que estou em cativeiro e me dou conta, de que, de fato, estou eu num cativeiro. Um agradecimento, só isso. Um querer compartilhar esse feito. Só quero que sejais feliz. Mas que me escute por alguns segundos. Não, não é crime. Só quero poder dizer-te isto poxa! É pouca coisa a se dizer, mas que de tal maneira deve ser dita. Assim, como um tiro. E assim, seguir meu caminho. Aprendendo com esse erro meu. E com os demais que ainda não errei. A culpa não é de ninguém, nem do tempo. Nem de nós mesmos. Ainda há tanto o que aprender sobre isso tudo, que confesso, me sinto tão pequenino como a um átomo.

Sintonizemo-nos numa estação para que aprendamos algo com isso. É isso que quero. É um querer. Esse querer há uma necessidade de ser dito. Quase como um grito. Ou que seja um grito. Mas que seja dito. E o receptor, seja a quem a mensagem deve chegar. Quero dizer, de sã consciência. "Se foi amor eu não sei, eu sei que, por alguns minutos em teus braços. Amei-te como nunca antes e depois até agora, alguém. E se encontrou um amor, que bom. O saúdo. Ainda não encontrei esse amor, mas não te invejo. Meu caminho ainda está no início. Ainda há montanhas a escalar, muralhas a derrubar. Caramba garota! Obrigado do fundo do coração que tenho. Cresci tanto contigo!"

Não, não é crime. Oras! Tu ainda és meu ponto de confusão, aliás, confissão. Que por ti, sejais, imensamente feliz. E que os momentos de tristezas, confusões, sofrimentos possam ser aprendizados e não feridas que o tempo não cura. Esses momentos, mesmo que constantemente andemos a correr deles, eles existem e sempre nos encontram. E não, desculpe a dose de franqueza. Não estamos preparados. Aí está o aprendizado.

Sheyden Souza
Maluco Sonhador