Você não foi, mas também não ficou. Onde está você então?



O amor não acabou, mas não estão mais juntos, não são namorados, nem amigos. Mas o amor está ali. Está presente quando ela usa uma desculpa qualquer pra telefonar pra sua irmã e tentar descobrir como você está. Ou quando você a persegue virtualmente nas redes sociais, tentando, de alguma forma, descobrir se algo mudou, se alguém apareceu e tomou o seu lugar. Mas nada mudou, caro amigo. Ela bem que tentou, sabe? Tentou preencher a tua falta com tequila, mas no dia seguinte percebeu que não era uma boa ideia. Conforme a dor de cabeça aumentava, crescia também aquele sentimento de que com você a vida era mais fácil. Depois tentou conhecer novas pessoas, viajar sozinha, ir ao cinema sozinha, ao parque, ao bar e a todos os lugares que você já havia lhe feito companhia, ficar sozinha era confortável, mas só a fazia perceber o quanto apreciava tê-lo ali, pertinho, ao lado. Então, procurou preencher-se em outras camas, carros, motéis ... Nem preciso dizer o quão frustrante foi, não é? Se deitar ao lado de outro que não a conhecia como você, que não encontrava os seus pontos de prazer e mal sabia abrir o seu sutiã. Frustrante. Parou de tentar. Parou de tentar colocar algo ou alguém no lugar que somente te pertence. Sentiu-se inútil por não conseguir seguir em frente. E a cada notícia sua, de que você estava feliz ao lado de outra, era como se houvesse uma descarga de adrenalina em seu corpo e ela ficava ali, por horas, sem saber se fugia ou lutava, se iria atrás de você e implorava pra que não deixasse isso acabar ou se partiria para a próxima cama. Para. Respira. Não pira. Repetia pra si mesma como se isso a fizesse se acalmar. Decidiu não fazer nada. Porque, no fundo, ela sabe, você sabe, sua irmã sabe, eu sei, a melhor amiga sabe, e até mesmo sua atual sabe, o amor não acabou. E talvez nunca acabe. Só resta saber:
Você vai ou fica de uma vez por todas?