(Você pode ler esse texto ouvindo Half of my heart)

Não me ame porque eu nunca vou acreditar. Não é por mal ou falta de fé, mas é que eu não consigo confiar nesse amor repentino, amor a primeira ou décima vista, que seja. Amor tem que ser dia a dia. Depois do meu mau humor matinal, porque acabou o café e não sei fazer suco. Ou quando o dia foi ruim, o salto quebrou e aquela enxaqueca não passa. Quando presenciar um ataque de pânico noturno e um ataque de ansiedade em que não sei o que está acontecendo, quero fugir, e choro. Quando você olhar pro lado vazio da sua cama e ter que escolher entre se esparramar nela, ou me buscar, porque quer dormir comigo essa noite, todas as noites. Quando sentir medo, tiver duvidas cotidianas sobre largar o emprego e tentar algo novo, casar ou comprar uma bicicleta? Quando essas dúvidas surgirem e a sua vontade for somente me ligar pra conversar e ouvir a minha opinião, ou mesmo me pedir pra te acompanhar, mesmo sabendo que caio todas as vezes em que subo em uma bicicleta. Que não sei nadar e vou ficar apavorada quando você quiser que eu entre na beirinha do mar com você. Mas terá paciência e, provavelmente, até vai achar bonitinho esse jeito de menina-boba-medrosa. Quando, depois de muita convivência, tpm's, problemas na vida e algumas oportunidades de perdoar, você ainda quiser me amar. Talvez, após isso e mais um pouco, eu acredite. Mas, não me ame, por favor.
Não me ame porque eu quero muito te amar. E quando eu amo é impossível, eu sinto muito e odeio sentir tudo isso e não saber explicar. Já faz um tempo que não sinto esse emaranhado de borboletas flutuando no estômago, e, confesso, que cheguei a acreditar que nunca sentiria de novo. Coisa de adolescente isso. E se não for? Me pergunto todos os dias enquanto passo os olhos em uma fotografia tua printada na galeria de fotos do celular. Sim, eu te printei. Isso faz de mim uma doida varrida ou apenas uma menina apaixonada? Não sei se ainda sei sentir. Não sei quando devo ser comedida, não sei me polir, ou dar pouco de mim. Se te quero, quero muito, quero agora, quero sempre.
Então, não...



Não me diga que eu posso ser a mulher certa pra você, porque eu não sei nem ser mulher direito. Imagine a certa?! Mas gostaria ... Ser a sua mulher, certa ou errada, perfeita ou não. Somente ser sua. Após matar vários leões e ser a mulher independente e confiante durante o dia, saber que terei o meu homem protetor, com aquele colo e abraço pra me cuidar durante a noite, madrugada, manhã inteira. Seja la qual for o momento. Só te quero cuidando de mim. Meio machista? Tanto faz. Mas sabe aquela vontade de ser a mulherzinha perfeita que eu nunca quis ser? Quero isso quando penso em você. Até arrisco dizer que já tenho me tornado ela sem perceber e devo isso a você. 
E por isso, não me olhe com esse olhar de quem sabe o que quer, e o que quer sou eu, enquanto me beija com toda a ternura e tesão de um beijo apaixonado, porque assim eu não vou querer parar. E os beijos vão se transformar em carícias e as carícias em corpos entrelaçados na maciez de uma cama. Ah, como é bom quando acabamos assim, tão sós!
Não me ame, por favor...
Eu posso não resistir. Ou resistir demais. Não sei. Só não me ame enquanto é tempo.
Porque se me amar vai ser tão bom como quando envolve meu corpo com teus braços após fazer amor ou aquele sexo selvagem, nunca sei definir quando estamos fazendo um ou outro. Pra mim sempre é um pouco dos dois, ou muito dos dois.
Não me ame, pois se me amar vai ser bom e vai ser amor. Não de contos de fada, não não, mas sim amor da vida real, com todos os nossos defeitos em sintonia, com todo nosso amor e querer ser nós em harmônia. Então, pense muito ou não pense nada.
Mas, por favor, não me ame.
Ou, apenas, me ame demais!