Hoje, quando nos despedimos, um único pensamento me acompanhou até a minha casa: Eu não quero mais. Eu não quero mais você, eu e você, eu não quero mais nós. Eu não quero mais ter de falar sobre a gente e toda a conturbação que nos circunda e nem ter que inventar desculpinhas para aqueles que ainda amo sobre o porquê de mesmo depois de tudo ainda existirmos juntos.
Você sabe do que eu tô falando. Sejamos adultos, sejamos sinceros um com o outro, sejamos respeitosos com tudo de positivo que um dia lá no passado nós construímos. Eu sei bem tudo o que fiz, disse, não fiz e não disse. Você sabe quantas lágrimas derramei e consegue calcular o quanto exigiu de mim. Só que eu não consegui me encaixar nas suas projeções. Na verdade, eu meio que descobri que não vale a pena eu me empenhar tanto em ser todo mundo, menos eu mesma.
Ainda me lembro do dia em que nos conhecemos. Eu disse para a minha mãe: “Ele é maravilhoso” e, por muito tempo eu - realmente - acreditei ter mergulhado de cabeça na felicidade. Mas as horas passaram, os dias correram e com o tempo, surgiram as exigências. Eu tentei, de verdade, de corpo e de alma. Aliás, foi por causa dela que hoje eu tomo essa decisão. A minha mente pode ser turva, minha vida uma confusão, mas minha alma? Essa precisa ficar em paz. Quando o coração está leve, a guerra externa não nos sobrepõe.
Deixo-te com um pedido: não me difame. Eu prometo ser respeitosa, sincera, mas respeitosa. E se possível, também não me deseje mal. Eu quero que você siga em frente como a vida deve ser. Eu quero que você encontre novas pessoas e as façam tão felizes e acolhidas como você fez comigo quando precisei. Mas, por favor, respeite as individualidades delas. O mundo, meu bem, é feito de livre-arbítrio.

Milla Carolina