Por questão de ansiedade diga-me o que sentes por mim. Por questão de ansiedade não mintas nenhuma vírgula. Por questão de ansiedade e saudade e amor e paixão e paixonite de pré adolescente. Diga-me, sem cessar ou hesitar. O quê nos fez tudo isso? Por que somos tão fracos e ingênuos ao pensar que a longitude e a falta de contato nos fará matar esse resquício de amor que sentimos? Por que essa brasa não vira cinza logo ou pega fogo logo? Por que é tão sorrateira e me tiras a droga do sono? Por que a tua voz me é tão aconchegante? Por que a vontade dos teus beijos não me deixas nunca em paz? Tu desististes de mim, mas eu jamais consegui desistir de nós. Jamais. Li que pessoas parecidas sentimentalmente não podem nunca ficar juntas, o tempo sempre prega uma peça. Não consigo acreditar em tal heresia. Mas se fosse eu desistiria também de mim. Eu não caibo em nenhum rótulo além do amar-te. Ainda sonho com a utopia dos nossos corpos colados. Ainda sonho com a utopia de gozar de um amor pleno contigo. Diz vai, se ao beijar ou tocar outros corpos. Naqueles lampejos de alguma coisa não pensastes em mim? Diz! Encontrastes alguém que lhe fez sentir uma paixão repentina e acabou por desistir por que apareci no teu fechar de olhos? Não sei quais são as tuas desgraçadas respostas, mas se perguntastes diria que sim. Sexo amargo e beijos flácidos tenho amontoado tudo na minha escrivaninha de ser. Eu ando precisando mais de respostas do que de abraços.

Sheyden Souza
Maluco Sonhador.