(Você pode ler este texto ao som de Eu esqueci você - Clarice Falcão)
Caro amor, desculpe-me, mas eu estou desistindo de você.
Desistindo das mensagens de "bom dia" de manha cedinho
dos beijos doces e trêmulos no banquinho da pracinha em frente a Universidade.
Desisto desse emaranhado de borboletas presas no meu estômago
quando vejo uma notificação sua na tela do celular
e desisto de sair correndo pela casa, tropeçando em algum móvel, só pra conseguir ler a mensagem rápido.
Aquela mensagem que vinha apenas com um ";)".
Ai, como isso me mata!
Poderia ao menos falar algo que demonstrasse o minimo de interesse,
o minimo de vontade em falar comigo.
Por isso desisto!
Desisto desses joguinhos de orgulho das relações dos "tempos modernos",
sou a moda antiga, meu bem.
Então desisto...
Desisto de acreditar que seja você.
Que, finalmente, seja você o dono desse amor guardado aqui no peito.
Desisto de esperar que hoje você venha.
Porque você não vem.
E nunca virá.
Desisto de achar que é paixão, fogo, sentimento, sei lá o que mais.
Já entendi que aqui isso não acontece tão fácil.
E, talvez, não aconteça nunca mais.
Então, desisto.
Desisto de desistir dos meus medos e inseguranças.
Inseguranças essas que você trouxe quando me envolveu no teu sorriso.
Medos de não ser suficiente, de não ser o que você espera.
Desisto!
Porque estava tranquila até você aparecer,
mas você trouxe uma tempestade de sentimentos
e eu nem sei se você pretende ficar com eles, ou dividi-los comigo,
ou se vai embora e deixá-los aqui me sufocando de paixão.
Então...
Suponho que não era pra ser.
Eu e você,
desculpe-me, mas não da pra arriscar.
Por isso e por todos os motivos bobos e infantis,
eu desisto de você.
Ao menos até que você mande uma mensagem ou apareça novamente.
- Luíza Moura
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