Era uma noite quente, no meio do Outono, sem ventania, sem poder usar a desculpa do frio para roubar-lhe um abraço. Não havia desculpa alguma para conseguir sequer um toque, nem o frasco de sal sob a mesa estava.
 E a cada minuto que se passava me sentia mais tensa com aquilo. Havia a timidez do primeiro encontro, o medo de fazê-lo perceber que eu o desejava, o receio de ser rejeitada. As horas foram passando. No meio de todas as palavras bobas ou não que eu dizia houve um silêncio.
 Tentei entender o que os seus olhos queriam dizer, mas não conseguia vê-los me olhar sem rir. Deixei-me levar pelo impulso daquele silêncio. - Quero te beijar. - Disse preparando-me para receber um não. Mas o não, não veio.
 Segurou-me pela nuca e o beijo aconteceu. Finalmente senti o toque dos seus lábios nos meus, suas mãos me segurando como se dissessem que eu as pertencia. De inicio me senti estranha, um primeiro beijo vem com essa bagunça de não saber o que está acontecendo. Mas com ele tudo era assim, desde o primeiro "oi" eu nunca entendi o que estava acontecendo. Me deixei levar, mesmo sem saber o que seria daquilo, sem querer saber o que viria depois, só queria aquele momento e continuar a beijá-lo sem parar. Os beijos foram ficando mais intensos, a intimidade que , de repente, pareciamos ter foi aumentando, quando me dei conta suas mão já percorriam o meu corpo, enquanto seus lábios se encaixam perfeitamente nos meus, transformando aquele beijo, aquele momento, aquela confusão dentro de mim em algo perfeito.


A cada carícia, cada beijo no pescoço, cada toque eu me excitava um pouco mais. Naquele momento eu só pensava em como seria me deitar com ele, nem que seja por uma noite ser a sua mulher.
Quanto mais intenso eram os beijos mais minha imaginação ia longe. Em minha cabeça, ele já estava me despindo. Abaixando as alças do vestido e me beijando o ombro  enquanto, com dificuldade, tentava desabotoar o sutiã. Segurava-me o pescoço e me trazia contra seu peito, beijando-me suavemente. Suas mãos desciam tracejando um caminho da nuca até o bumbum. Nesse instante, estava completamente nua, sentindo como se o meu corpo o pertencesse. Era impossível resistir a mais alguma carícia. Estava delirando com aquele desejo, aqueles pensamentos.
 Quando percebi já estava com a mão subindo pela sua perna e ele sussurrou em meu ouvido - Calma, estamos em uma praça.

- Luíza Moura